segunda-feira, julho 28, 2014

Conflito no Oriente Médio- o assunto da semana

O assunto mais comentado da semana que passou  foi o conflito no Oriente Médio. E nem poderia ser outro, pelas mortes que aumentam e os desencontros na diplomacia. Ao se posicionar contra os ataques israelenses em Gaza e externar sua posição contra "o uso desproporcional da força", como a própria ONU fez, o Brasil recebeu como resposta da Chancelaria de Israel uma declaração desrespeitosa e descabida. Ao nos citar como "anões diplomáticos", foram grosseiros e desconhecedores da própria história. O Estado de Israel deve muito a nossa diplomacia. Oswaldo Aranha, chefe da delegação brasileira na ONU, foi fundamental nas articulações para a criação do Estado de Israel.

Como trata-se de um assunto explosivo e ao mesmo tempo delicado, li muito no final de semana. Deixo como registro sobre o ocorrido a opinião do cientista político e professor de relações internacionais, pesquisador da Universidade de Harvard, Husseinn Ali Kalout (FSP 27/7):

"A reação do governo israelense emana de um nítido isolamento internacional. A diplomacia vai perdendo vagarosamente a carta de crédito que tem permitido a Israel navegar impunemente pela comunidade internacional.
Mesmo que não se leve em consideração o pragmatismo da  decisão brasileira, se analisada sob o prisma legalista ou histórico do Itamaraty, não houve excrescência. 
A postura do Brasil está intrinsecamente atrelada aos ditames do direito internacional e em consonância com as normas que regem organismos multilaterais atinentes à segurança e à paz internacionais e, também, às convenções do direito humanitário internacional".

PS- em relação ao pragmatismo que se refere o professor, se deve a um outro momento do artigo quando faz referência ao nosso comércio bilateral com os países árabes (que saltou de 5 bilhões de dólares, em 2002, para cerca de de 25 bilhões, em 2014) e ao apoio que o Brasil recebeu dos países árabes durante as eleições da OMC e FAO (que levaram  nossos representantes a assumirem, pela primeira vez, os principais cargos dessas importantes organizações internacionais).

Nenhum comentário: