A declaração de Rodrigo Maia sobre a participação de Temer no golpe parlamentar de 2016, confirma o que muitos suspeitavam: Temer se juntou ao que havia de pior na política para assumir o lugar de Dilma. Uma declaração espontânea como a de Maia, não pode ser desconsiderada. Sua relevância está acima de qualquer delação. As delações, como todos estão percebendo, viraram moeda de troca. Normalmente o delator fala o que querem ouvir, para negociar a redução de sua pena. Já uma declaração, não! Quando Maia afirma "que não vai fazer com Temer o que ele fez com Dilma," Maia está assegurando vida longa para Temer. Afinal, como presidente da Câmara, tem 14 pedidos de impeachment contra Temer aguardando sua manifestação.
Maia, aparentemente, quis se diferenciar de Eduardo Cunha, a quem sucedeu como presidente da Câmara. Como a história nos conta e delatores confirmam, Eduardo Cunha foi uma figura decisiva no impeachment de Dilma e na ascensão de Temer. Só que Cunha depois de fazer sua parte caiu em desgraça e mofa na prisão. Já Maia, jovem e ambicioso, não sabe como seus dias vão terminar. Por obrigação de oficio, tem que dar encaminhamento aos diferentes pedidos de impeachment (14) que adormecem nas suas gavetas. Claro que com Temer atingindo o maior índice de rejeição de um presidente, 3% de aceitação, Maia deve estar fazendo as contas para se descolar do antigo parceiro.
Com as eleições chegando e as últimas pesquisas confirmando o favoritismo de Lula, no primeiro e segundo turno, tudo é possível. As instituições estão expondo suas fraquezas e a cada dia que passa cresce a desconfiança sobre o envolvimento que tiveram com o golpe parlamentar. A sociedade envergonhada se calou. Foge das ruas, mas dá sinais do seu desencanto com o governo através das pesquisas. A semana inicia com uma pauta pesada, fruto de um impeachment inconsequente que começa a fazer água. Um dos temas é o conflito entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Senado, sobre o que fazer com Aécio. Aécio, um dos responsáveis pelo impeachment de Dilma, como um menino mimado jogou o país numa aventura. Maia, Temer e Aécio já tem lugar garantido na história.
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