quarta-feira, janeiro 03, 2018

Cadê o prefeito ?

Depois de dois mandatos de vereador em Florianópolis, com o reconhecimento nas urnas (os votos triplicaram de uma eleição para outra), sempre fui um observador das ruas. Passados quase 20 anos do meu primeiro mandato (1996/2000), até hoje carrego essa mania. A boa gestão de um prefeito é visível: está nas ruas, nas praças, nos parques, nas calçadas, na limpeza, no atendimento dos postos de saúde, na mobilidade urbana, no planejamento da expansão da cidade,  no ensino de qualidade, na oportunidade de emprego e outras dezenas de iniciativas que deixo por conta de vocês. Até porque, dependendo da cidade, as prioridades podem ser outras.

A rigor, a única coisa que não se altera é o compromisso do cargo com a cidade e com as pessoas. Ser prefeito, não é fácil. Portanto, não é tarefa para qualquer um. A maioria dos postulantes, não pensa assim. Querem a visibilidade do cargo para novos voos. Só que, manter a cidade funcionando todos os dias do ano - dá trabalho! O caso mais emblemático de projetos pessoais dos novos gestores, está em São Paulo. Justamente a nossa capital mais complexa e desafiadora. No seu descabido projeto de ser presidente, João Dória se esqueceu de ser prefeito. Deu no que deu.

Mas existem outros casos de "prefeitos por acaso". Estive no final do ano em Porto Alegre, com tempo para caminhar e observar a cidade. O que vi foi uma capital abandonada, retrato de uma prefeitura sem gestor. A falta de cuidado é tamanha, que dá a impressão que o prefeito sumiu.

Para não cometer injustiça, nada melhor que saber o que pensam os que ali vivem. Para Clóvis Malta, que escreve na Zero Hora, Porto Alegre - de alegre não tem mais nada: "Por onde quer que andemos pelas calçadas degradadas, ficamos com temor de que o capim possa atingir logo nossa altura. O asfalto esfarelou-se. O lixo esparrama-se pelo chão, e ali fica".  E conclui: "Era uma vez uma cidade boa para se viver. Virou uma lenda para as futuras gerações".

Para José Geraldo Santos Dias, que nasceu na Capital: "A culpa não é do prefeito, e sim dos ingênuos que votaram no sobrenome e na aparência, elegendo alguém inexperiente e, pelo que vemos, incompetente."(*)

(*) Ao que parece, quem é de Porto Alegre que saber: Cadê o prefeito?  Nelson Marchezan Junior é filho do ex-deputado Nelson Marchezan.
PS- Não foi por acaso que citei São Paulo e Porto Alegre, mas poderia ser Florianópolis, Rio de Janeiro, Natal, ou outra das tantas cidades que conhecemos. A motivação para ser prefeito, lamentavelmente, nem sempre está associada a melhorar a qualidade de vida das pessoas e cuidar das cidades que governam.   




Nenhum comentário:

Postar um comentário