domingo, dezembro 16, 2018

Políticas públicas: vivendo e aprendendo


Se me pedissem para fazer uma síntese da síntese da III Semana de la Energia em Montevidéu, resumiria em duas palavras: vivendo e aprendendo. Conheço o Uruguai de longa data. Depois do Brasil seria o meu plano B para viver. Durante o meu mandato no Parlamento do Mercosul, a empatia só aumentou. Não foi por outra razão que quando criamos o Instituto IDEAL, a ligação do instituto com os países latinos começou lá. A parceria se deu com o Grupo de Montevideo, CEFIR, UNESCO e Parlamento do MERCOSUL, todos sediados em Montevidéu.


A primeira ideia do que seria uma cidade solar, também foi lá. Em 2008, apresentamos para o intendente da Província de Maldonado, onde se encontra o famoso balneário de Punta del Leste, a importância de se instalar em prédios públicos a energia solar fotovoltaica. Na época, o alto consumo de energia elétrica no verão em Punta del Este era atendido por uma antiga térmica a diesel. A energia gerada era cara e poluente. O preço estava acima de US$ 600/MWh. Tentou-se, mas não deu certo.


Nessa época,  o governo do Uruguai através da UTE se comprometeu de  transformar sua matriz energética. A dependência do petróleo e do seu preço foi determinante para que o Uruguai em uma década passasse a ser um exemplo de compromisso com a agenda da produção de energia renovável e sustentável. E foi assim que o país pode apresentar na III Semana de la Energia o resultado do seu esforço: 98% da energia consumida em 2018 é de fonte renovável.


 Os debates alimentados por dados e experiências trazidas por mais de vinte  países, nos trouxe as tendências do setor de energia para as próximas décadas: mobilidade elétrica, municípios solares, baterias inovadoras e participação crescente da energia do sol e do vento na América Latina. Como o novo governo brasileiro não se fez presente, ninguém falou em energia nuclear.





PS - Todas as possibilidades e necessidades tratadas nos três dias do evento, coincidem com as prioridades do Instituto Ideal para os próximos anos: armazenamento de energia, desenvolvimento de novas baterias, municípios solares, energias renováveis, mobilidade elétrica, cooperativas solares, formação intensiva de mão de obra qualificada, certificação de boa prática, estudos de mercado  e de integração regional. Como podem ver, no IDEAL: vivemos e aprendemos.

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