DESCASO
Brumadinho fica a poucos quilômetros de Belo Horizonte. Belo Horizonte é a capital de Minas Gerais. Minas é um dos estados mais importantes do Brasil. Quem governa Minas sabe o que as mineradoras fizeram e estão fazendo lá. Deputados, senadores, desembargadores e promotores também.
Por décadas, todos tinham conhecimento do passivo ambiental que estava se acumulando. Quem chega no Aeroporto de Confins, de Brasília, do Rio ou de São Paulo já deve ter visto o mar de lama lá em baixo. O descaso com o problema é real. Não se trata de um pequeno desastre ambiental, longe dos olhos das autoridades. Muito pelo contrário, é um grande desastre ambiental visível a todos. Uma vergonha.
As cenas sobre a tragédia de Brumadinho são chocantes. O número de mortos também. Os relatos são dramáticos. As apurações em curso confirmam a responsabilidade da Vale sobre o ocorrido. O mais revoltante de tudo é que sabiam as consequências e a dimensão da tragédia. A ponto de terem calculado que, em um minuto, a lama cobriria o refeitório. Estavam certos: foi exatamente o que aconteceu.
Infelizmente foi em função do ocorrido, e somente por isso, que ficamos sabendo que existem dezenas de outras barragens em risco. Uma delas, a de Congonhas, está a 250 metros da cidade (já comentei sobre essa situação no blog). Nos últimos 10 anos, no mundo todo, ocorreram duas rupturas de barragem de rejeito de mineração. Só em Minas Gerais, em três anos, Mariana e Brumadinho. Algo de muito errado está acontecendo com a Vale. Que apurem com rigor as responsabilidades de todos envolvidos. É o mínimo que a sociedade espera. (*)
UMA REFLEXÃO
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