"Só se fala na tal reforma", resmunga seu Adamastor no outro lado do balcão. Quando desço do instituto para tomar meu café da tarde, quase sempre o encontro por ali. Dependendo do tema, a conversa se estende. Para criar o clima, de pronto complementei: "Seu Adamastor, não precisa ser especialista em previdência para perceber que a reforma está cercada de incertezas. Basta ver a dificuldade que o governo está tendo, para formar a maioria necessária para aprová-la."
Desconfiado como todo o idoso, logo veio a indagação de sempre: "Então não acreditas que possa dar certo?". Como estava com pressa, de pronto respondi: "Enquanto não houver emprego formal, nem pensar na perenidade da previdência. É pura enganação". Por ter sido direto, deu certo. Seu Adamastor entendeu que emprego e aposentadoria caminham juntos. E de que não adianta a reforma se não houver emprego e salários dignos.
Pouca gente está atenta a esse fato. O impacto do desemprego e do emprego informal nas contas da previdência: é fatal.
Dias depois a FSP no seu editorial (11/3), assim se manifestou:
"A redução do número de pessoas empregadas e a degradação da qualidade dos postos de trabalho abatem de modo considerável a receita previdenciária".
"Em 2014, a arrecadação da Previdência dos trabalhadores urbanos superava a despesa em R$ 32,4 bilhões, superávit equivalente a 0,4 % do Produto Interno Bruto. Em 2015, a diferença caiu a quase zero e desde então o déficit aumenta, chegando a R$ 82,5 bilhões, ou 1,2% do PIB, em 2018."
"A queda conjuntural da receita previdenciária é um fator importante da crise do sistema, ao lado da expansão estrutural da despesa".
Um comentário:
Seu Adamastor e.O senhor São dois diodos.Alguma coisa tem quer feita.Empregos de investimentos pesados e todos os setores e p isso precisamos conquistar mercados fortes do exterior.Para.isso precisamos mostrar que algo de bom acontece p aqui.Estrangeiros não vem empatar seu capital p seus belos comentarios desanimadores.E ainda botando um gaucho velho de guerra no meio que não se assustou p belas palavras.Veio embora p o Sul onde o buraco é mais em baixo.
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