sexta-feira, agosto 23, 2019

O risco Brasil é falta de credibilidade

Durante meses a reforma da previdência foi tratada como a tábua de salvação. O risco Brasil ia cair, os investimentos viriam, a economia ia reagir e os empregos voltariam. A reforma foi aprovada e nada mudou. As injustiças, que já existiam, foram mantidas. A conta vai ser paga pelos de sempre.


Por mais que o governo tente encobrir, os efeitos da reforma da previdência não estão sendo os prometidos. A subida do dólar deixou o mercado em polvorosa e o Banco Central precisou intervir. Se o clima já não estava bom, nas últimas semanas, segundo a Bovespa, se deu a maior fuga de capitais desde 1996. Como se sabe, bolsa e dólar funcionam como termômetros da economia global, local e também da credibilidade do país. (*)


A credibilidade de um país está muito acima das reformas. Passa por um olhar mais atento, de fora para dentro. Ninguém se aproxima de um país onde cidadania e barbárie se confundem. As portas se fecham e os investimentos desaparecem. Não tem nada escrito e muito menos é uma regra. É só uma percepção. Quando se chega onde chegamos, a tendência do país virar mico é grande. Infelizmente, é assim que o mundo está nos vendo. Onde há fumaça, há fogo.

Se no exterior todos estão nos vendo dessa forma, por aqui o que se vê é  uma sociedade cansada. Sem muita perspectiva, olha para o futuro com desconfiança. Como são milhões de brasileiros desencantados, só mesmo um estadista para nos unir. Do jeito que tá não dá: a fome existe e o desemprego também; a Amazônia está em chamas(**) e os dólares foram embora. Só não vê quem não quer.


(*) Especialistas alertam: está em curso um colapso de investimento público e privado no Brasil. O governo está sem dinheiro e o investidor privado está sem confiança.

(**) As queimadas na Amazônia só reforçam o descaso com a floresta. A descabida insinuação presidencial de querer responsabilizar as ONG's pelo ocorrido, só serviu para nos expor ainda mais ao ridículo. 


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