sexta-feira, dezembro 06, 2019

Energia solar: ameaças pairam no ar



Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), de Mossoró, no Rio Grande do Norte, recebeu o 100º Selo Solar. Uma certificação do Instituto IDEAL, o primeiro de uma universidade (2018).


Para quem ainda não sabe, a energia do sol só faz bem. Para a saúde, para o clima e para o desenvolvimento sustentável. Quando nasce uma criança, a mãe, com todo o cuidado, bota a fofa a pegar o sol da manhã nas pernas. Sempre foi assim. Agora, com a energia solar fotovoltaica, que ainda está nascendo no Brasil, resolveram encobrir os benefícios do sol. Querem taxar o sol e dificultar seu crescimento. Estamos indo na contramão do mundo. A reação, como um raio de sol, se espalhou por todo o país. A luta é legítima e o movimento ganha força. 

Desde 2003, sempre estive comprometido com o fomento à energia solar. No entanto, foi só em 2012, com a Resolução 482 da ANEEL, que os primeiros painéis apareceram nos telhados das casas, nos prédios públicos, nos comércios e nas indústrias. Até então, o conhecimento que se tinha dessa nova tecnologia estava dentro de poucas universidades (UFRGS/UFSC/USP/UFPA). Atualmente, das 84 milhões de unidades consumidoras disponível, 135 mil se utilizam do sol para gerar a sua própria energia. (fonte: ANEEL, 12/2019)

Na semana passada, 27/11, li um artigo do professor Rodrigo Pinto, do Departamento de Economia da Universidade da Califórnia, que trata o assunto do momento: a intenção do governo de "taxar o sol". O conflito aflorou e  tomou proporções inesperadas. No seu estudo, Rodrigo comenta que a justificativa do governo de um novo tributo está baseada em um estudo do Ministério da Economia. O professor descorda dos números apresentados e afirma que o trabalho apresentado comete erros conceituais.

Ainda bem que essas contribuições estão chegando lá de fora. Aqui, embora se busque mostrar as vantagens da energia solar sobre as outras fontes de energia, o lobby é forte. Boa parte das distribuidoras não querem que nada mude. E a ANEEL comprou essa ideia. Juntas, agência e distribuidoras, se articulam para dificultar a chegada do novo. Como resultado, um final de ano tumultuado. O setor solar, pelo bom desempenho que teve, devia estar festejando 2019. Não é o caso. Ameaças pairam no ar. Não vamos desistir. Em 2020 a luta continua.  


Um comentário:

ANTÔNIO MÁRCIO GONÇALVES disse...

Já tenho comentado, em outras oportunidades. Os argumentos contra o sol, apresentados na maligna articulação entre ANEEL (As "AGENCIAS" são as terceirizadas do governo!) e as Distribuidoras são difíceis de engolir. Literalmente querem tapar o sol com peneira. Vão taxar o "fio"... Vem aí, já já a ANESP-Agência Nacional da Energia Solar de Praia...