segunda-feira, junho 20, 2022

Praça Jardim Albatroz, uma conquista da comunidade

 

                                    
                                Praça Jardim Albatroz - Córrego Grande - Florianópolis/SC

Quando posso vou até a Praça Jardim Albatroz, foto acima. Quase sempre é no sábado pela manhã. Aproveito para ir na feira e conversar com alguns amigos. A minha relação com a praça vai  muito além dos compromissos do mandato com a preservação das áreas verdes e da criação de praças e parques. Nasceu de uma iniciativa da comunidade que tivemos a oportunidade de abraçar e dar voz. As prefeituras em geral são surdas, resistem em criar espaços públicos. 

Salvo as exceções de sempre, os prefeitos acham que dá trabalho, custa caro e não gera boleto de IPTU. Como resultado dessa visão equivocada das cidades, que crescem num ritmo muito maior do que a oferta de áreas públicas de lazer, elas acabam se tornando problemáticas. Com o tempo e o crescimento desordenado, ficam saturadas e seus moradores perdem em qualidade de vida. Reconheço que não é um problema só daqui, mas muito presente na nossa capital.

Durante meus dois mandatos de vereador sempre estive comprometido com esses problemas urbanos. Foi assim com o Parque da Luz, o Parque de Coqueiros, a Ponta do Coral, o Parque Cultural do Antigo Campo de Aviação do Campeche e a Praça do  Jardim Albatroz. O gabinete na Câmara Municipal era uma referência por dar acolhimento, visibilidade e voz as demandas que vinham da sociedade. O comentário no blog é sobre isso: como uma associação de moradores, a AMJA, fundada em junho de 1996, conquistou uma praça para a comunidade
  
Tudo começou logo após a Associação Jardim Albatroz ter sido criada, quando o então presidente da entidade, o professor Celso Carminati, da UDESC, nos procurou com uma difícil tarefa. A comunidade estava engajada para evitar que o último quarteirão vago, de um conjunto de prédios, fosse ocupado por mais oito edifícios. O que eles queriam é que ali virasse uma praça, já que uma comunidade estabelecida e adensada, não tinha uma área de lazer para os seus filhos.

De pronto acolhi a legítima reivindicação daquelas pessoas e começamos um longo trabalho de convencimento dentro da Câmara Municipal. A ideia era contar com o apoio de todos vereadores  para facilitar a conversa com a prefeita da época, Angela Amin, a quem fazíamos oposição. Mesmo estando em minoria, com capacidade de convencimento e determinação vencemos a primeira etapa.

Quando começamos as tratativas com o executivo, veio a informação que o terreno em questão tinha sido dado como garantia a um banco. A notícia foi um verdadeiro balde de água fria no movimento dos moradores. A nós, coube enfrentar a nova situação com redobrado esforço. Com os pareces favoráveis da área técnica da Câmara e da Prefeitura, conseguimos que os próprios assessores fizessem as articulações junto a prefeita. Propositalmente, saímos de cena. Deu certo, a prefeita Angela Amin comprou a ideia e implantou a praça.  

Conto a história da Praça Jardim Albatroz, não para ser lembrado pois não sou candidato a nada. Apenas quero que os pais dessas crianças que ocupam aquele espaço privilegiado, jamais esqueçam do que juntos fizemos. No momento difícil que atravessamos, de ódio e intolerância, precisamos recuperar o bom debate, o respeito entre os poderes e a importância do engajamento de todos por uma boa causa. No caso em questão foi só uma praça, mas como aprendemos com ela. Só está lá por causa da nossa união. Só conseguimos  porque resistimos! 

PS- Nesses 26 anos a região cresceu e se modificou. Com certeza a praça foi determinante nessa valorização urbana. Que venham novas praças.     











 

Nenhum comentário:

Postar um comentário