quarta-feira, março 15, 2023

O escândalo das joias, parte II: "Lágrimas de Diamantes"

UMA RÁPIDA INTRODUÇÃO

Sempre soube do papel da Rede Linkedln, a maior rede social do mundo. Durante o governo passado foi muito utilizada pelos "ceo's de robôs". Só estavam ali para conquistar eleitores para a reeleição do capitão Jair. Foi um grande aprendizado identificá-los e combatê-los. Deu certo, quase todos se recolheram. Da vivência com o Linkedln veio a importância de ouvir e se comunicar com os diferentes. Na semana passada, em um único dia, mais de mil pessoas visualizaram a publicação feita sobre as joias milionárias contrabandeadas numa mochila. Quanto aos comentários recebidos, um misto de perplexidade e revolta.    

UMA PILANTRAGEM MILIONÁRIA

As principais personagens envolvidas nesse escândalo já estão identificadas e sendo ouvidos pela Polícia Federal, Ministério Público e Receita Federal. Quando os valores da "muamba" se tornaram de conhecimento público, o caso ganhou repercussão internacional. Sem qualquer pudor, uma quadrilha se formou para aplicar carteiradas e liberar as joias retidas. O esquema montado ia do sargento Jairo até chegar ao almirante e ex-ministro, Bento Albuquerque. Por tudo que já se viu, ninguém mais consegue segurar o estrago causado por colares e brincos no valor de 16,5 milhões de reais.  

UM TRATAMENTO LÚDICO SOBRE O OCORRIDO  

Paulinho Moska lançou em 2003 uma de suas músicas de maior sucesso, "Lágrimas de Diamantes". Que começa assim: "Não se preocupe mais/Com minha imperfeição/Não se pergunte mais/Porque me disse não". Se a gente trouxer para o escândalo das joias, a letra de vinte anos atrás se aplica para qualquer das autoridades envolvidas. Por ordem da hierarquia militar, são: sargento Jairo, tenente Soeiro, capitão Jair, coronel Cid até chegar ao almirante Bento Albuquerque. Mas vamos ao que fizeram esses maus servidores.

O CAVALO COM AS PERNAS QUEBRADAS

A imagem do cavalo com as pernas quebradas pegou muito mal na Cúpula do Comando Militar. Vários generais que serviram a Cavalaria, estão inconformados com as fotos que viram do pobre animal. Quem está com a corda no pescoço é o almirante Bento Albuquerque. Ele próprio reconheceu que recebeu os mimos para dona Michelle. Seu ajudante, o tenente Marcos Soeiro, só cumpriu ordens: botou na mochila o cavalo e quebrou suas patas para não chamar a atenção na Alfândega de Guarulhos. Sem saber dizer não, Marcos Soeiro perdeu o sono. De noite chora "lágrimas de diamantes". 

AS JOIAS DA COROA

Pelo valor das joias, não são para o uso de qualquer pescoço. Afinal, dá para comprar 10 triplex no Guarujá, ou três mansões em Brasília. Novamente a resposta está na letra do Paulinho Moska, que sabe tudo quando se trata de choro por diamantes. Como tem muita gente graúda envolvida a Policia Federal poderia focar em quem está chorando mais. Os outros não passam de mulas, que devem estar se perguntando "porque não disse não". 

O CAPITÃO FUJÃO

A saída intempestiva do capitão Jair para Orlando, nos EUA, abalou os seguidores que ainda lhe restam. Para alguém que se achava líder de um grupo, um tiro no pé. Se a fuga estava associada aos diamantes retidos, logo saberemos. Paulinho Moska, novamente ele, também dá uma pista: "se eu não procuro agora/ o que encontramos antes", pode fazer sentido. Nas gravações que se tornaram públicas, tudo dependia do sucesso do carteirada do sargento Jairo da Silva, junto ao servidor da Receita Federal em Guarulhos. O episódio visto por todos não vai fazer parte do comentário. É grosseiro, nos vergonha.  

AINDA BEM QUE A DEMOCRACIA VENCEU

Nessa tragédia humana envolvendo o lado podre das autoridades brasileiras, com carteiradas e ameaças, o fiscal da Receita Federal merece o nosso eterno respeito. Quem votou no capitão, por qualquer motivo, seja honesto consigo mesmo: pergunte se olhando no espelho, o que teria acontecido se o resultado eleitoral fosse outro? Com certeza o encarregado da torpe tarefa, não seria um constrangido sargento Jairo. O escolhido seria outro: um coronel, por exemplo. A ordem seria apanhar as joias a qualquer custo, nem que fosse preciso afastar o fiscal da Receita Federal e seus superiores de suas funções. Pense nisso, o Brasil é outro!

PS - Ontem o almirante Bento Albuquerque deu nova versão, as joias não eram mais para Michelle. Só falta agora ser processado por ela. Tá merecendo. 

 

 

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