segunda-feira, junho 05, 2023

Florianópolis, uma cidade à venda

                                     Uma cidade de porte médio com um trânsito caótico

Sem qualquer dúvida, o século XXI será o século das grandes mudanças. Não só climáticas, sanitárias, políticas, sociais e econômicas, como também comportamentais. Independente da ordem de prioridade, todas estarão presentes nas nossas vidas nas próximas décadas. Não resta dúvida que o mundo será outro e a sociedade também.

As últimas projeções mostram um crescimento populacional mais contido, mas por outro lado serão as grandes cidades e seu entorno que irão acolher boa parte dessas pessoas. Estudos apontam que até o ano 2050, 70% da população estará concentrado em grandes núcleos urbanos. Pelo que se vê parece ser um caminho sem volta. 

O paradoxo está quando nos deparamos que as 10 melhores cidades para se viver, são mega cidades. Pela ordem: Londres, Nova York, Paris, Los Angeles, Sidnei, Singapura, Tóquio, São Francisco, Dubai e Amsterdã. Entre as 100 melhores, seis estão na América Latina. Todas grandes e saturadas. Pela ordem: México (59), Santiago (66), São Paulo (69), Buenos Aires (79), Bogotá (88) e Rio de Janeiro (100). Boa parte delas conheço, o que me leva a pensar em Florianópolis: uma cidade à venda.

Com a única intenção de provocar uma reflexão, já que sábado foi o Dia do Manezinho, vale a pena um olhar mais apurado para Floripa. Suas limitações, por exemplo, não são poucas. Ao meu ver, estão vinculadas as suas gestões. Pare, e pense comigo: alguma delas deixou saudades. Acabaram com o melhor que se tinha na chegada da cidade, o projeto do renomado Burle Marx. O que fizeram foi um crime urbanístico. O que era para ser um parque, virou um imenso estacionamento de ônibus.

Não satisfeitos os gestores da cidade permitiram que a área fosse ocupada por uma mega estação central de tratamento de esgoto e um centro de eventos junto com um sambódromo. Com isso acabaram a relação que havia do centro com o mar. Os responsáveis tem nome. Quando isso acontece a ligação dos munícipes com a cidade se fragiliza. O cidadão ao não ser consultado, vai se afastando dos seus direitos. A cidade se descola dos seus cidadãos. Vira uma cidade de poucos e, por consequência, de muitos interesses.

Aqui eu vejo como intencional essa prática dos prefeitos.  A opção para dialogar e atender só os seus, é visível. Basta prestar atenção nos pequenos detalhes da gestão, para entender o que se passa. A recente aprovação do Plano Diretor, é prova disso. Nós estamos diante de uma cidade que se apresenta como moderna, mas não acolhe igualmente todos. Obviamente, quando isso acontece, só belezas naturais não resolvem. Em breve teremos eleições municipais e a cidade que se busca, depende do prefeito e do vereadores  que iremos eleger. Fica o alerta: não pode ser mais do mesmo. 

PS- Não sou candidato a nada, já fui duas vezes vereador e deputado federal. O partido foi um só, o PT. Tudo começou em 1994. O tempo passou, ficaram as boas lembranças e a gratidão pelas votações expressivas que tive. Por opção, no Instituto IDEAL, nosso modo de fazer política é outro. Os temas estão sempre relacionados ao futuro e com forte viés motivacional. A "Florianópolis à venda", se encaixa dentro das nossas preocupações.            




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