segunda-feira, outubro 05, 2009

Mercedes Sosa, mais que uma grande voz, uma personalidade.

Tem algumas pessoas que pelo que fizeram na vida, não morrem. Mercedes Sosa é uma delas. Sua obra e seus compromissos com a luta política na América Latina se confundem. Nunca deixou claro se era uma militante que cantava ou uma cantora militante. O certo é que militou e cantou como poucos. Sua voz e sua presença a todos encantava e impressionava. Para ela, cantar tinha um significado: "Yo no canto por cantar". Esta mulher de 74 anos, que rodou o mundo como uma revolucionária, tendo como arma a sua voz, deixa para toda uma geração que militou na resistência aos regimes autoritários que dominavam a América Latina da década de 70, uma doce lembrança. Quem, daquela época, não cantou e se emocionou com suas canções. Seus amigos mais próximos viam nela uma pessoa doce e terna. Perseguida pelas ditaduras de plantão, suspeita de ser uma artista "subversiva", Mercedes se exilou em Paris no início dos anos 80. Mesmo distante, sua voz, o inseparável tambor e seu sangue latino, mobilizavam multidões. Foi nesse período que Mercedes incorpora no seu repertório, " Gracias a la Vida", de Violeta Parra. Um verdadeiro hino dos movimentos de esquerda, que combatiam as ditaduras da época. Mercedes, como seu filho, Fábian Mathus, lembra: "viveu plenamente seus 74 anos. Fez quase tudo que quiz. Não teve nenhum medo ou barreira qua a limitasse. Foi sempre um símbolo de liberdade".

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