Como era de se esperar deixar no escuro milhões de pessoas exige cuidado nas respostas e responsabilidade na apuração do que realmente ocorreu. “Encerrar o caso”, como alguns pretendiam, não deu certo. Atribuir à natureza as causas do “apagão” tem que vir acompanhada de evidências e provas. Um raio, por exemplo, deixa marcas. O presidente LULA, que de bobo não tem nada, percebendo que a linha adotada por seus ministros Lobão, Dilma e Tarso Genro, era simplista e equivocada, não pensou duas vezes: mandou apurar as causas.
Hoje, o Ministério de Minas e Energia, do ministro que queria dar o “caso como encerrado”, anunciou a criação de uma comissão técnica para estudar o apagão da última terça-feira. Ainda bem que o bom senso prevaleceu. Como nos lembra C. Celso Camargo, outro aposentado da Eletrosul, na Folha de S.Paulo, sobre o apagão de Nova York de 1965: “O governo (de lá) não buscou evasivas, não fez uso político do evento e palpiteiros de plantão não foram ouvidos. A preocupação foi esclarecer tecnicamente o que aconteceu”.
Antes de qualquer coisa, deve-se apurar e conhecer as causas. Aqui, o óbvio não funciona. Culpa e responsabilidade não faz parte da nossa cultura política. Governo e oposição trabalham numa outra lógica. E o povo. O povo que se dane e continue rezando para que o raio caie noutro lugar.
PS – por uma feliz coincidência, quem levantou o risco de um apagão, foi um aposentado da Eletrosul, três dias antes do ocorrido. Agora, depois do apagão, também vem de um aposentado da Eletrosul a mais óbvia das orientações: apure-se!
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