Por essa ninguém esperava, viramos importadores de gasolina. Depois de 40 anos abastecendo nosso mercado, a Petrobras anunciou a compra de 2 milhões de barris de gasolina. Pode até não ser uma compra significativa, menos de 3% da produção nacional, mas mostra o estrago que os produtores do setor sucroalcooleiro fizeram ao destinar grande parte da cana para a produção e exportação de açucar.
Optaram pelo lucro fácil pondo em risco a confiabilidade do mercado consumidor de etanol, consolidado no Brasil com a introdução e os incentivos recebidos do governo para os carros flex. Já tinha me manifestado, em comentários anteriores, minha preocupação em relação a falta de uma visão estratégica de longo prazo desse segmento empresarial. Minhas preocupações agora se confirmam. O próprio presidente da respeitada Associação dos Engenheiros da Petrobras, Fernando Siqueira, nos jornais de hoje, alerta para o risco de não ter uma politíca de Estado para o setor.
Siqueira cita que as reservas mundiais de petróleo conhecidas, são o sinal de que novas fontes terão que ser, obrigatoriamente, encontradas. Lembra, que os Estados Unidos, com 30 bilhões de barris de petróleo em reservas, goza de relativa tranquilidade por pelo menos três anos. Adverte, que uma mudança de matriz energética deverá demorar um quarto de século, pois 80% dos produtos no mercado contêm componentes petroquímicos, dos remédios as canetas escolares. E, conclui: "a solução energética do futuro é a biomassa, e o Brasil tem as três condições essenciais para a sua exploração - terra, sol e água".
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