quinta-feira, abril 01, 2010
Inexplicável silêncio
Parece até que brasileiro tem memória curta, ou pior, aposta no silêncio esperando que o esquecimento coletivo apague as marcas que ficaram. Só pode ser essa a explicação, pela falta no noticiário do golpe militar que tirou do poder o governo constitucional brasileiro. Ontem fez 46 anos que eclodiu o levante militar. Jornais, rádios e TV's, praticamente, não pautaram o episódio que faz parte da nossa história recente. Com raras e honrosas exceções, o dia 31 de março passou em branco. Ainda bem que meu vizinho, Amilcar Neves (amilcar.neves@ig.com.br), sempre atento e bem informado aproveitou sua coluna para lembrar-nos do imenso prejuízo que o golpe militar deixou. Relembra o bom momento que o Brasil vivia. Nascia Brasília e a industrialização do Brasil. Um presidente popular e progressista, a todos encantava (e nas horas vagas até cantava), Juscelino Kubsitschek. Amilcar comenta, que a autoestima estava em alta, acabavamos de ganhar a primeira Copa, a de 1958, com Pelé e companhia, e o movimento estudantil era uma escola de participação política. A pretexto de que o comunismo avançava e era uma ameaça as nossas instituições, o golpe de 1964 acabou mergulhando o país na escuridão própria de um regime de exceção. Amilcar, continue assim: atento e escrevendo. Valeu!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Obrigado, Mauro, pelas considerações (elogiosas) sobre a minha crônica desta quarta-feira. Parece-me absolutamente claro que não podemmos deixar de lado esse episódio triste da nossa História recente. E mais: sei que a nossa juventude (que "não lê, não se interessa por nada e só quer saber de sexo e droga") anda interessadíssima em discutir o capítulo dessa vergonhosa aventura e analisar suas consequências para a nossa vida e a vida do País. Sim, vou continuar escrevendo, Mauro. Obrigado, mais uma vez, e um grande abraço do amigo Amilcar.
Mauro,
Quem esquece os erros do passado corre o risco de repeti-los. A experiência da ditadura foi traumática para uma geração de brasileiros, como foram as guerras do século 20 para os europeus. Não basta ter afastado do poder aqueles que o monopolizaram durante mais de 20 anos. É preciso evitar que novos tiranos o alcancem pelas vias das viciadas estruturas existentes: partidos políticos sem identidade ideológica e financiamentos de campanhas com fontes de recursos e finalidades escusas.
Cuidado: Há muitos déspotas disfarçados de democratas.
Um abraço,
Luiz Garbelotto
Postar um comentário