Só mesmo estando em Montevidéu para entender a dimensão da disputa que dois países vizinhos travam em relação a uma papeleira construída no Uruguai, em frente a cidade Argentina de Gualeguaychú. Na terça-feira, dia 20, na Corte de Haya, saiu a sentença que deve normalizar o conflito que se arrasta por vários anos. Os dois governos prometem buscar o entendimento. Em Fray Bentos, cidade uruguaia, principal porta de entrada do turismo argentino, a ponte que liga as duas cidades ainda está interrompida pelo "movimento contra as papeleiras", organizado e consolidado há vários anos.
A decisão de Haya, de certa maneira, enfraquece a Assembléia Ambientalista de Gualeguaychú, principal foco de resistência as papeleiras. Como a Corte de Haya não identificou riscos ambientais gerados pela papeleira finlandesa Botnia, o discurso ambiental que agregou milhares de simpatizantes deve perder forças. O argumento de que o Uruguai autorizou unilateralmente a contrução sem ouvir a Argentina, também foi reconhecido pela Corte. Fere o Estatudo do Rio Uruguai firmado pelos dois países em 1975. Só que esse entendimento por parte da Corte, não foi suficiente para reconhecer o direito argentino e suspender a operação da Botnia no Uruguai.
No momento que o Uruguai promove e recebe de forma hospitaleira gente de toda a parte, para participar do III Cumbre Mundial sobre Cambio Climático aberto ontem pelo presidente José Mujica, a expectativa é pelo fim do conflito. E os bons sinais vieram do outro lado do Rio da Prata. Um dos principais painelistas, o ex-vice presidente da Argentina e atual Governador da Província de Buenos Aires, Daniel Scioli, fez questão de estar presente e saudar a todos que lutam pela sustentabilidade e integração dos nossos países.
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