Remoer o passado não faz parte do DNA do blog. Agora conhecer a história, por mais dura que tenha sido, é direito de todos os cidadãos. Registrar o depoimento de Jarbas Passarinho com 90 anos e uma boa memória, não se pode se deixar passar. Coronel da reserva, ex-ministro e ex-senador, Passarinho é um dos últimos personagens vivos de um triste período da nossa história.
No seu depoimento ao jornal VALOR (Ano 10 - Nº493), Passarinho descreve a visão de um agente do regime militar muito próximo do grupo de poder que comandou o país de 1964-1985. Para ele, no governo Médici, com a descentralização da comunidade de informações, o extermínio de opositores como política de Estado ficou mais evidenciado. No período de Geisel, também houve o recrudecimento da repressão, muito em função da autonomia dada a comunidade de informações.
Ele reconhece que no fim do governo Médici, centenas de adversários do regime foram exterminados. Mas acha que, no caso de Geisel, as mortes e os desaparecimentos foram mais numerosos e menos justificáveis. Lembra da chacina que, em 1976, praticamente dizimou o comitê central do PCdoB que estava reunido numa casa em São Paulo, no bairro da Lapa.
Na entrevista as jornalistas Maria Inês Nassif e Paula Simas, na biblioteca de sua casa em Brasília, Passarinho se apresenta como um contador de história, uma história que não quer calar.
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