quarta-feira, junho 23, 2010

Saramago em Florianópolis

Sempre atento, Sérgio da Costa Ramos resgata na sua coluna a passagem de Saramago por nossa Ilha (sergio.ramos@diario.com.br). Me lembro de quando ele esteve por aqui. O ano, segundo Sérgio, foi o de 1999. Foi em Santo Antônio de Lisboa, numa conversa com intelectuais locais, entre uma cerveja e outra, que Saramago declarou seu encantamento por Florianópolis. Passados onze anos, fico imaginando como Saramago, crítico da política e dos políticos, se colocaria diante das indefinições do quadro político catarinense. O cenário, Santo Antônio de Lisboa (o mesmo de 1999). Na mesa, cervejas e ostras. Na conversa, as eleições que se avizinham. Saramago recebe as últimas informações sobre o quadro político local. Seus companheiros de trova tentam lhe explicar os arranjos de última hora. O que valia no domingo passado já não vale mais na segunda. Já o que está valendo para hoje não é o mesmo que foi acordado ontem. No entanto, o que foi anunciado agora não é o que vai estar valendo amanhã. Superada essas pequenas dificuldades vamos ainda ter tempo até as convenções para modificar tudo que tínhamos acordado, comenta um dos seus interlocutores. E depois das convenções, pergunta um angustiado Saramago. Depois mestre, vem as eleições. Aí, muda tudo: é cada um por si e Deus por todos. Para não perder os amigos, Saramago, sabiamente, pede mais uma cerveja e uma dúzia de ostras.

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