sexta-feira, agosto 20, 2010

Zeca Baleiro é o cara.

O Zeca sempre é lembrado por suas músicas e composições. Tem um público fiel, que o acompanha há vários anos. Nunca tinha lido nada escrito por ele. Foi uma grata surpresa encontrá-lo como colunista da ISTO É (18/8/2010). Com conhecimento de causa, Zeca faz uma retrospectiva do rock da década de 50, quando surge o movimento, até os dias atuais. Na sua origem, vem com a força de uma furacão e mexe de forma definitiva no comportamento das pessoas e com a indústria cultural como nunca dantes visto. O rock, da época, é transgressor, subversivo, questionador, abusado, rompe com valores estabelecidos, afronta a caretice vigente, nos lembra Zeca Baleiro.

"Chego então aos tempos de hoje. Para constatar como a cultura do pop, criada a partir do advento do rock'n'roll, foi-se diluindo, diluindo até chegar a um ponto que equivale à sua própria negação. Foi o rock que arrombou a porta e por essa picada aberta agora desfila um teatro de horrores sem estofo e a serviço de uma triste ideologia: o benefício próprio, o enriquecimento fácil, o culto à fama mais que ao trabalho, a desmoralização de toda e qualquer virtude, o desprezo pelo passado e pela memória. Se o rock lutava contra o estado de coisas de seu tempo, seus herdeiros lutam para manter as coisas como estão".....

"Conheço umas três ou quatro pessoas que optaram por não ter celular. Engana-se quem pensa que vivem no mato, como ermitões em busca da paz e da sabedoria perdidas. Não, são pessoas urbanas, ativas e ligadas à comunicação. Não tem celular para não perderem outra conexão, mais cara a elas: a conexão consigo próprias."

"Dois adolescentes adaptaram clássicos da literatura universal para o Twitter. Ou seja, transformaram a literatura no oposto que ela pretende ser. O que era fruição lenta, reflexiva, prazerosa e gratuita, agora é expressa, rasa...."

"O mundo futuro será alimentado de informações segundo a segundo. Eventos interativos a todo instante. Tudo dividido entre todos os mortais. Menos o dinheiro, o afeto e o respeito."

Obrigado Zeca, valeu a leitura. E com ela virão as reflexões.

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