quinta-feira, outubro 14, 2010

Da Lagoa da Conceição ao deserto do Atacama

Quando chegamos na Lagoa, eu e Sílvia, nos chamou a atenção o número de pessoas que ocupavam a área conhecida por Vassourão, no centrinho da Lagoa. Para um dia de feriado, com muito sol, a presença dos manifestantes deu vida e esperança a mais uma luta da comunidade. O protesto visa chamar a atenção para mais uma área que sucumbe diante da pressão imobiliária que tomou conta de Florianópolis. Os moradores da Lagoa, legitimamente, buscam tranformar os 10 hectares de mata nativa (vassourão) num parque. Desde quando vereador tenho me envolvido em viabilizar parques para a cidade. Foi assim com o Parque da Luz, com a Ponta do Coral, com o Parque do Córrego Grande, a Praça do Bermann, o Parque Metropolitano, na Via Expressa, o Parque do Campeche e o Parque de Coqueiros. Aonde tem mobilização por parque estou junto. As vezes dá certo, outras vezes não. Lutar é que importante. A luta conscientiza, disponibiliza cidadania e permite que se conheça melhor a cidade, seus gestores e os interesses obscuros que permeiam as relações entre o público e o privado.
Retornando para casa acompanhei a luta dos mineiros resgatados da mina de San José, no deserto de Atacama. Ao contrário do dia ensolarado e quente da Lagoa, o resgate começou na madrugada fria do deserto. Para lá estavam voltados os olhos do mundo. Enquanto aqui a comunidade buscava assegurar qualidade de vida, ar puro, área verde para as gerações futuras, lá o esforço era para dar esperança e vida aqueles 33 trabalhadores confinados num buraco a 700 metros de profundidade, desde de agosto. Quando o primeiro mineiro apareceu, todos festejaram. O mundo inteligado saldou a superação vitoriosa de um coletivo. Que dois belos exemplos!

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