segunda-feira, outubro 11, 2010

Votar com grandeza

Já tinha comentado que poucos países tiveram uma relação de candidatos à presidência da República tão qualificada como a nossa. Por ordem alfabética Dilma, Marina, Serra e Plínio, são pessoas com uma história de vida e de compromissos com a luta pela democrácia invejável. Se olharmos para os últimos 40 anos, todos eles estão lá: contribuindo de forma significativa para o Brasil que temos hoje.

Legitimados pelas urnas saíram dois para o segundo turno: Dilma e Serra. O que se espera agora, com tempos iguais para debater e apresentar suas propostas, é que façam desse momento o melhor para a nossa jovem democracia valorizando o bom debate. Tenho lá minhas dúvidas se é isso que vai acontecer. O espaço descabido que vem sendo dado sobre temas como religiosidade e aborto que até então estavam fora do debate político me incomoda.

Embora ciente que por trás de tudo está à luta pelo voto, e que por ele "vale tudo", não compactuo com essa forma ardilosa e pequena de se fazer política. Está se reduzindo o debate e se perdendo a oportunidade de discutir as grandes questões presentes num país em crescimento, mas ao mesmo tempo desigual como o nosso. Acho que não estou sozinho. Vejam o que li sobre isso nesse final de semana de pessoas bem mais envolvidas e preparadas com a temática da religiosidade do que eu.

"Gostaria de expressar a minha indignação em relação ao baixo nível das campanhas eleitorais. Vivemos num país talebã, como disse Simão. Os candidatos falam sobre assuntos do século 19!"
Ricardo Junqueira - SP
"Entre pré-sal, Brasil no jogo político planetário, células tronco, construção de foguetes, submarinos nucleares, feitos esplêndidos e silenciosos de laboratórios científicos, liderança mundial de exportação de vários alimentos - enfim uma República presente no século 21 sob tantos aspectos, de repente a eleição de seu presidente reduz-se ao aborto, se crime ou não".
Janio de Freitas
"O embate entre o obscurantismo medieval e a sociedade tecnológica de agora não é privilégio do Brasil: o mundo enfrenta uma guerra santa". Fernanda Torres
"A infantaria do tucanato emburrece o debate, rebaixa a campanha e ofende a biografia dos beneficiários". Elio Gaspari.



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