quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Um jantar para não ser esquecido

Ao longo da vida participamos de jantares que nunca serão esquecidos. Alguns em função da comida servida, outros pelo vinho oferecido, mas na sua maioria é pela companhia. Tem um, em especial, que nunca vou esquecer. Foi em 2003, início do meu mandato de deputado federal, em Brasília. Na época, Dilma Rousseff era ministra das Minas e Energia e para falar do setor elétrico convidou para jantar eu e o deputado Fernando Ferro (PT/PE). Na mesa, no lugar de bons pratos, muito trabalho. Alguns posicionamentos do Executivo sobre políticas para o setor, não me convenciam. Estavam em desacordo com compromissos históricos do Partido. Conforme a noite avançava as divergências afloravam, e a conversa endurecia. No final do jantar, o clima estava pesado. Nem me lembro se tomamos o tradicional cafezinho. Esse fato, ocorrido há tanto tempo, me veio agora lembrança depois que escrevi sobre a greve na Bahia e a posição do Governador em relação a ela. Ser governo leva as pessoas a pensarem e agirem como governo, com um grau de responsabilidade muito diferente daquele exigido para quem não é governo. Confesso que sempre tive dificuldade de entender esse processo de mutação. Mas ele é real e faz parte do pragmatismo que envolve o poder. Hoje entendo melhor como se dá esse processo. Voltando no tempo, e relembrando o jantar, tenho que reconhecer que Dilma estava certa. O que o governo precisava, era o que ela defendia.

PS- não quero viver com as contradições do poder. Prefiro ficar com os meus sonhos........

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