Ao longo da vida participamos de jantares que nunca serão esquecidos. Alguns em função da comida servida, outros pelo vinho oferecido, mas na sua maioria é pela companhia. Tem um, em especial, que nunca vou esquecer. Foi em 2003, início do meu mandato de deputado federal, em Brasília. Na época, Dilma Rousseff era ministra das Minas e Energia e para falar do setor elétrico convidou para jantar eu e o deputado Fernando Ferro (PT/PE). Na mesa, no lugar de bons pratos, muito trabalho. Alguns posicionamentos do Executivo sobre políticas para o setor, não me convenciam. Estavam em desacordo com compromissos históricos do Partido. Conforme a noite avançava as divergências afloravam, e a conversa endurecia. No final do jantar, o clima estava pesado. Nem me lembro se tomamos o tradicional cafezinho. Esse fato, ocorrido há tanto tempo, me veio agora lembrança depois que escrevi sobre a greve na Bahia e a posição do Governador em relação a ela. Ser governo leva as pessoas a pensarem e agirem como governo, com um grau de responsabilidade muito diferente daquele exigido para quem não é governo. Confesso que sempre tive dificuldade de entender esse processo de mutação. Mas ele é real e faz parte do pragmatismo que envolve o poder. Hoje entendo melhor como se dá esse processo. Voltando no tempo, e relembrando o jantar, tenho que reconhecer que Dilma estava certa. O que o governo precisava, era o que ela defendia.
PS- não quero viver com as contradições do poder. Prefiro ficar com os meus sonhos........
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