quinta-feira, março 08, 2012

Nem todos são especuladores (ainda bem)

Nos debates promovidos pela TV COM sobre a Ponta do Coral ficou clara a intenção do empreendedor de desconsiderar a lei e transformar seu projeto num fato consumado. Alías, esta tem sido a forma encontrada de se implantar projetos pelo Brasil afora. No lucrativo jogo da especulação imobiliária, os ganhos justificam os meios. No entanto, ontem a noite, enquanto aguardava o debate, folhando o encarte de uma publicação do BB desse mês fiquei conhecendo Jayme Vita Roso. Apresentado como um obstinado pela preservação ambiental, logo despertou meu interesse. Advogado, descendente de italianos, seus ancestrais se estabeleceram em São Paulo no início do século passado, período de grande fluxo migratório. Em 1964 seu Vita Roso adquire com suas economias um terreno, com cerca de 75 hectares (750 mil metros quadrados- 70 vezes maior que a área da Ponta do Coral). Localizado a 20 km da Praça da Sé, logo a área despertou o interesse de investidores. Sensível as causas ambientais e preocupado com o futuro da cidade, seu Vita não pensou duas vezes: trocou altos ganhos com o empreendimento imobiliário, pela criação do Ecoparque Curucutu, a única Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) localizada dentro do município de São Paulo. No local ele já plantou mais de 800 mil mudas de árvores nativas. Embora o Ecoparque Curucutu seja fruto do trabalho obstinado e quase solitário de Vita Roso, o que chama a atenção é que ele não reconhece o parque como seu patrimônio. Para o ambientalista o parque é o seu legado para a cidade de São Paulo e as pessoas que nela vivem.

PS- depois do que ouvi sobre a Ponta do Coral, só cresce a minha admiração pelo senhor Vita.

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