Um dia histórico

Ontem, realmente, foi um dia para entrar na história. Em Brasília foi criada a Comissão da Verdade, para investigar violações a direitos humanos. Visivelmente emocionada a presidente Dilma fez uso da palavra para reforçar que a comissão não é do governo, mas do Estado. Num outro momento lembrou que a Comissão da Verdade não é lugar para ódio e nem para o perdão. Quando falou sobre os desaparecidos, um drama até hoje para suas familias e amigos, a presidente precisou conter suas lágrimas. Fico imaginando a emoção que sentia a presidente, numa cerimônia como essa. Naquele momento, Dilma, militante ativa de esquerda, presa e torturada pela ditadura militar, revivia seu passado no papel de Comandante em Chefe das Forças Armadas do Brasil. Nenhum dos ex-presidentes presentes podia substituí-la nesse encontro da memória com a história. Que belo destino a vida lhe reservou.