A semana que passou foi de Rosemary Noronha, a poderosa chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo. Até estão, poucos sabiam quem era Rose. Amiga do presidente Lula de longa data, Rose não soube separar o público do privado. Quando estourou a Operação Porto Seguro da Polícia Federal, a casa caiu. E não foi só a casa, Rose e seus parceiros também. Dilma, que não é boba, quando percebeu que a relação ia além da amizade não titubeou, demitiu todos os envolvidos. Rose não é o motivo do comentário, até porque tem "roses" para tudo que é gosto. A razão e a preocupacão que me levaram a escrever foi a artigo de Mino Carta, da CartaCapital, cuja introdução reproduzo para registro e reflexão:.
"Dizia um velho e caro amigo que a corrupção é igual à graxa das engrenagens: nas doses medidas põe o engenho a funcionar, quando é demais o emperra de vez. Falava com algum cinismo e muita ironia. Está claro que a corrupção é inaceitável in limine, mas, em matéria, no Brasil passamos da conta.
Permito-me outra comparação. A corrupção à brasileira é como o solo de Roma: basta cavar um pouco e descobrimos ruínas. No caso de Roma, antigos, gloriosos testemunhos de uma grande civilização. Infelizmente, o terreno da política nativa esconde outro gênero de ruínas, mostra as entranhas de uma forma de patrimonialismo elevado à enésima potência.
A deliberada confusão entre público e privado vem de longe na terra da casa-grande e da senzala e é doloroso verificar que, se o País cresce, o equívoco fatal se acentua. A corrupção cresce com ele. Mais doloroso ainda é que as provas da contaminação até os escalões inferiores da administração governamental confirmem o triste destino do PT. No poder, porta-se como os demais, nos quais a mazela é implacável tradição.
Assisti ao nascimento do Partido dos Trabalhadores ainda à sombra da ditadura. Vinha de uma ideia de Luiz Inácio da Silva, dito Lula, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo até ser alvejado por uma chamada lei de segurança nacional. A segurança da casa-grande, obviamente.
Era o PT uma agremiação de nítida ideologia esquerdista. O tempo sugeriu retoques à plataforma inicial e a perspectiva do poder, enfim ao alcance, propôs cautelas e resguardos plausíveis. Mantinha-se, porém, a lisura dos comportamentos, a limpidez das ações. E isso tudo configurava um partido autêntico, ao contrário dos nossos habituais clubes recreativos.
O PT atual perdeu a linha, no sentido mais amplo. Demoliu seu passado honrado. Abandonou-se ao vírus da corrupção, agora a corroê-lo como se dá, desde sempre com absoluta naturalidade, com aqueles que partidos nunca foram. Seu maior líder, ao se tornar simplesmente Lula, fez um bom governo, e com justiça ganhou a condição de presidente mais popular da história do Brasil. Dilma segue-lhe os passos, com personalidade e firmeza. CartaCapital apoia a presidenta, bem como apoiou Lula. Entende, no entanto, que uma intervenção profunda e enérgica se faça necessária PT adentro."
PS- Mino Carta tem sido um grande aliado do PT, do Lula e de Dilma. Em 2005, alguns petistas, inclusive eu, se movimentaram para preservar a lisura dos comportamentos e a história do partido. Não nos deram ouvidos.
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Um comentário:
Acertadíssimos comentários do Mino Carta, mas pontuo também com os acertadíssimos comentários do Pereio que estão circulando na rede:
PÉROLAS DE PEREIO SOBRE FHC NO TWITTER:
Respeito até o mentiroso, o debilóide, um cretino com ideia fixa (tipo Serra). Mas não aceito cinismo. Nunca fui cínico e o FHC é um - Um sujeito que faz carreira como sociólogo de esquerda, respeitado e incensado, chega ao poder e pede "esqueçam o que eu escrevi", presta? - Só a elite paulistana, decadente, ridícula, quatrocentona de merda, pra achar que um presidente que quebrou o país vale alguma coisa, porra! - E o avião presidencial, levando o Paulo Henrique Cardoso, mulher e filhas para passear em Punta del Este? Já se esqueceram dessa esbórnia? - Centenas de conversas telefônicas entre Eduardo Jorge, braço-direito de FHC, e o juiz Lalau, aquele corruptaço. Eram - Foi, também, no gov. FHC que um grampo mostrou conversas entre ele, André Lara Resende, Mendonção, direcionando a privatização da telefonia - No governo do FHC um grampo pegou o embaixador Júlio César Santos, seu homem de confiança, se corrompendo. Foi na CPI do Sivam e caiu - Governo FHC: a mulher, o filho, a filha e o genro. E quem confunde o público com o privado é o Lula, sem um parente no governo. Que cínico! - Luciana Cardoso, a mulher mais mal-educada da República, foi secretaria de qual presidente? Do Lula? Não! Do paizão FHC.E o Lula é o aético? - FHC diz que Lula confunde o público com privado.Paulo Henrique Cardoso, que torrou + de US$ 20 milhões na Feira de Hannover é filho de Lula?- FHC, aquele senhor simpático que protagonizou três quebradeiras do Brasil, criticando o PIB da Dilma. Tá faltando espelho para o Narciso - David Zulberstajn, um esperto que foi presidente-dono da Agência Nacional do Petróleo no governo de FHC, era genro do Lula? Não! Era de FHC!-Recordar é viver: quem revelou as contas escandalosas da Comunidade Solidária, brinquedo da falecida Ruth, foi o tucano Álvaro Dias, porra! - FHC, volta para o seu mausoléu de luxo, volta.
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