sexta-feira, fevereiro 22, 2013

EUA, UE e o Mercosul

Jeferson Miola é o Diretor da Secretária do Mercosul, em Montevidéu. Já morou aqui na Ilha e adora Florianópolis. Sempre que pode me envia seus textos, que leio com muita atenção. O último que recebi começa lembrando " que na esteira da mais profunda crise do capitalismo EUA e União Européia dão um passo arrojado com a assinatura de um acordo de livre comércio entre duas regiões dominantes da economia mundial". Claro que trata-se apenas de um acordo, e que diferenças brutais existentes precisam ser vencidas. Só para exemplificar, a Europa protege sua a agricultura com fortes subsídios e os EUA são conhecidos por sua competitividade histórica no campo. Além disso, a moeda única e acentuadas desigualdades sociais, econômicas e tecnológicas no bloco européu, na prática,  também irão dificultar a consolidação do acordo.

Se por um lado o acordo me parece difícil, a iniciativa em si já é motivo de preocupação. A nós e aos nossos parceiros do Mercosul. Novamente encontro no artigo de Jeferson três bons motivos para nos alertar:

- " o fluxo do comércio entre as duas regiões é nada menos que superlativo: aproximadamente 2 bilhões de dólares diários. Ou seja, num único mês supera o comércio interno anual do Mercosul, que ronda 53 bilhões de dólares".
- " a efetivação desse acordo estereliza o papel da OMC  e acaba com as aspirações dos países do sul geopolítico, de aproveitar o comércio internacional, como vetor de desenvolvimento".
- " a aliança EUA - UE concretiza importantes prioridades da política externa estadunidense. Significa a expansão do seu domínio na Europa para, desse modo, ombrear com a China na disputa por mercados e para assim também preservar sua enorme capacidade de determinação dos rumos dos assuntos internacionais"

E quanto a nós fica a pergunta: para aonde vamos?  A resposta, só pode vir da nossa própria compreensão sobre a importância da integração plena dos países latinos. O Mercosul precisa deixar de lado seus desencontros, ampliar suas fronteiras e assumir seu papel estratégico no processo de integração regional. Só juntos temos chances. Lá fora o jogo é pesado. Até carne de cavalo vira recheio de lasanha.  
 

Nenhum comentário: