domingo, maio 05, 2013

Energia solar, o Uruguai sai na frente.


A notícia que há meses aguardava se confirmou na última quinta feira. Em razão da necessidade de atender a demanda de energia do Uruguai e ao mesmo tempo incentivar novas fontes de energia limpa e renovável, o presidente José Mujica,  através de um decreto Presidencial, de 03/5/2013, autorizou a Administración  Nacional de Usinas y Transmisiones Elétricas-UTE ( a Eletrobrás de lá) a contratar a energia gerada por usinas solares.

Os contratos vão de 20 até 30 anos. O valor pago pela energia é de US$ 90/MwH e os eventuais ganhos econômicos com os Mecanismos de Certificado de Carbono serão, na sua totalidade, de direito do investidor na usina solar.

Pelo Decreto as usinas estão classificadas e com regras estabelecidas em três categorias: até 1 MW, de 1 a 5 MW e de 5 a 50 MW.

Na exposição de motivos o presidente Mujica deixa clara sua preocupação e compromisso com uma matriz energética limpa e sustentável no Uruguai, ao destacar a importância de se estar mitigando as emissões de gás carbono com a inclusão da energia solar em larga escala. Para nós do Instituto IDEAL, a iniciativa do governo uruguaio é um exemplo para os demais países da América Latina.  A redução dos custos dos painéis solares combinada com a boa insolação que temos – assegura uma promissora perspectiva para a energia solar no nosso continente.

Foi com uma incontida alegria que recebi a informação da publicação do decreto na sexta-feira.  Nos últimos anos foram muitas idas ao Uruguai. Sempre achei e defendi, o Uruguai como a porta de entrada da energia solar.  O Brasil entraria num segundo momento, como o grande mercado, dando escala para a indústria solar se estabelecer.

Enquanto aqui falamos em GW,  lá eles falam em MW. Enquanto aqui nossas usinas hidráulicas e parques eólicos geram a R$ 100,00/MwH, lá o custo é bem mais alto o que facilita a entrada de plantas solares. Mesmo assim, cabe acompanhar. O custo da energia é determinante para qualquer planejamento futuro de país ou região. Não há possibilidade de desenvolvimento sem energia. No setor sempre se comenta – a energia mais cara é a que não se tem.

Estela Benetti comentou na sua coluna (DC-4/5) que estamos gerando em Uruguaiana, com gás da Argentina, a R$ 1.060,00/MwH. Ora, por um terço desse preço dá para solarizar o Brasil.

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