A notícia que há meses aguardava se confirmou na última
quinta feira. Em razão da necessidade de atender a demanda de energia do
Uruguai e ao mesmo tempo incentivar novas fontes de energia limpa e renovável,
o presidente José Mujica, através de um
decreto Presidencial, de 03/5/2013, autorizou a Administración Nacional de Usinas y Transmisiones
Elétricas-UTE ( a Eletrobrás de lá) a contratar a energia gerada por usinas
solares.
Os contratos vão de 20 até 30 anos. O valor pago pela
energia é de US$ 90/MwH e os eventuais ganhos econômicos com os Mecanismos de
Certificado de Carbono serão, na sua totalidade, de direito do investidor na
usina solar.
Pelo Decreto as usinas estão classificadas e com regras estabelecidas
em três categorias: até 1 MW, de 1 a 5 MW e de 5 a 50 MW.
Na exposição de motivos o presidente Mujica deixa clara sua
preocupação e compromisso com uma matriz energética limpa e sustentável no
Uruguai, ao destacar a importância de se estar mitigando as emissões de gás
carbono com a inclusão da energia solar em larga escala. Para nós do Instituto
IDEAL, a iniciativa do governo uruguaio é um exemplo para os demais países da
América Latina. A redução dos custos dos
painéis solares combinada com a boa insolação que temos – assegura uma
promissora perspectiva para a energia solar no nosso continente.
Foi com uma incontida alegria que recebi a informação da publicação
do decreto na sexta-feira. Nos últimos
anos foram muitas idas ao Uruguai. Sempre achei e defendi, o Uruguai como a
porta de entrada da energia solar. O
Brasil entraria num segundo momento, como o grande mercado, dando escala para a
indústria solar se estabelecer.
Enquanto aqui falamos em GW, lá eles falam em MW. Enquanto aqui nossas
usinas hidráulicas e parques eólicos geram a R$ 100,00/MwH, lá o custo é bem
mais alto o que facilita a entrada de plantas solares. Mesmo assim, cabe
acompanhar. O custo da energia é determinante para qualquer planejamento futuro
de país ou região. Não há possibilidade de desenvolvimento sem energia. No
setor sempre se comenta – a energia mais cara é a que não se tem.
Estela Benetti comentou na sua coluna (DC-4/5) que estamos
gerando em Uruguaiana, com gás da Argentina, a R$ 1.060,00/MwH. Ora, por um
terço desse preço dá para solarizar o Brasil.
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