terça-feira, maio 05, 2015

Uma no cravo, outra na ferradura.

Quem não se lembra da expressão "uma no cravo, outra na ferradura". Diz a lenda que era um procedimento dos antigos ferreiros para distrair os cavalos quando colocavam a ferradura. Na política, a expressão vem sendo usada com outro significado. Diz respeito aos incontáveis desencontros dos nossos governantes. O anúncio de mais um reajuste nas taxas de juro, por exemplo, são várias no cravo, nenhuma na ferradura. Como a crítica de Shirin Ebadi, ativista pelos direitos humanos no Irã, Prêmio Nobel da Paz de 2003, ao recuo da presidente Dilma em relação ao tratamento medieval dado as mulheres iranianas, também.

 Recentemente a presidente Dilma surpreendeu Shirin e o próprio Conselho de Direitos Humanos da ONU, pelo fato do governo brasileiro ter se abstido de votar a resolução que renovou o mandato do relator especial para o Irã,  Segundo Shirin, "uma resolução que o Brasil apoiava desde que ela foi apresentada, em 2011". Em 2010, Dilma manifestou sua indignação em relação ao tratamento desumano que o governo do Irã dava à suas mulheres, desabafa Sharin. O que mudou em relação as mulheres do Irã de lá para cá, indaga Sharin.

 É a política, doutora Sharin. Nada mudou, só se agravou. A chamada ética da conveniência, está cada vez mais presente nos atos dos que nos governam. Lamentavelmente! A senhora de certo não viu o que se passou em Curitiba, na semana passada. A polícia bateu para valer nos professores em greve. Os policiais que se sentiram constrangidos com a violência praticada, e se negaram a bater - foram punidos. Mais de 200 manifestantes foram feridos. Outros tanto presos. As cenas foram muito fortes. Foram várias no cravo e nenhuma na ferradura.

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