quarta-feira, abril 20, 2016

Muito além da política

O que tenho acompanhado, ainda que a distancia, do cenário sociopolítico do Brasil transcende enormemente a chamada crise econômica e política, é uma louvação ao retrocesso, do ponto de vista de direitos do trabalhador e dos conquistados, a duras penas, pelas mulheres, sobretudo. Pessoalmente, e como presidente do Instituto IDEAL, sendo este movido por homens e mulheres (a maioria), repudio o tratamento desrespeitoso e machista dispensado à presidenta da República e a todas as mulheres do país. Não posso compactuar com o circo construído ao longo dos últimos anos em Brasília que culminou com o cenário de horror transmitido em rede nacional no último domingo, 17/4/2016. Deputad@s votaram por suas famílias, constituídas SEM esposas, mães, filhas, irmãs, tias ou avós? Essa realidade explicaria tamanha violência contra a mulher, mas é incrédula. Tampouco foi exclusividade dos homens que ali ‘vomitaram’ seus preconceitos e medos dissimulados, o que é ainda mais estarrecedor. Ou seja, o non sense tomou conta.

Tudo, ainda sem citar a homenagem ao maior torturador que este país já teve, não por acaso, causador de uma brutal violência à presidenta Dilma Rousseff, extensiva novamente a outras milhares de mulheres. “Tchau querida”, fazia uma referência sarcástica à autoridade máxima do país, eleita democraticamente por mais de 54 milhões de cidadãos e cidadãs. Tudo sem base jurídica, sem comprovação de crime de responsabilidade, em um julgamento de competência, que nada tem a ver com o mérito do impedimento. Tanto assim, que por constrangimento, a "motivação", "o crime de responsabilidade", não foi citado e nem lembrado pela imensa maioria dos deputados que usaram da Tribuna.

No entanto, novamente me referindo a mulher, sem entrar em números de violência física, que são assustadores, ou em relações de desigualdade de gênero no trabalho, vida social ou familiar; ainda voltam a promover os supostos modelos: "bonita, recatada e do lar". Assim, era a manchete da publicação nacional que prefiro não citar, ao se referir à esposa do vice-presidente da República. Para a sociedade machista em que vivemos, é, de fato, mais cômodo conviver com uma mulher "do lar"’, do que com uma mulher presidenta da República ou "da onde ela quiser".

Diante de tudo, poderia seguir enumerando episódios decepcionantes e progressivamente preocupantes à medida que tomam conta das conversas familiares, da rua, ou reverberam, pasmem!, entre as crianças, que acabam reproduzindo o discurso de ódio dos pais  em relação à presidenta, e insisto, a todas as mulheres do Brasil. Reafirmo que seguirei agindo, atuando, calcado no pensamento do filósofo anglo-irlandês Edmund Burke “para que o mal triunfe, basta que os bons fiquem de braços cruzados”. A partir da próxima semana, este Blog passará a ser atualizado com conteúdo mais focado na disseminação do conhecimento e de boas práticas em eficiência energética, energias renováveis e desenvolvimento sustentável. Atento a tudo que envolve a cidadania, seguirei em atividade, com os braços e olhos bem abertos em direção ao futuro.

Ao contrário do ódio, crianças do longínquo Pará encontram nas cartilhas educativas do IDEAL a esperança de um mundo melhor.
(Foto acima, durante a apresentação de um filme para a comunidade do projeto CINESOLAR) 



Um comentário:

Unknown disse...

Por favor continue focado na disseminação do conhecimento. Vc nao foi bem com esse discurso feminisra. Mesmo porque aua presidente nao tem condições de seguir em frente. Perdeu, principalmente por si mesma a condicao de governar