Quando o frio chega, a gente até se esquece da ameaça presente com as mudanças do clima. Acho até que escrevo sobre isso para aquecer meus dedos na noite gelada de Florianópolis. Embora a chuva e o frio estejam presentes no sul, o clima está seco em boa parte do país. As mudanças do clima tem essa característica: impactam na vida das pessoas de forma diferenciada.
Por essa razão é que seu enfrentamento tem que ser global. A falta de água potável para todos já é uma realidade. E de comida também. Sem querer ser alarmista, pergunto: qual país resistirá um movimento com milhões de refugiados do clima, quando eles começarem a se movimentar por água e comida?
Segundo Fernando Meirelles (*), foi a imagem dessa marcha de desesperados que o fez ler e se envolver cada vez mais com questões ligadas ao clima: Aprendi que não é mais possível evitar grandes impactos em nossas vidas, mas ainda se pode manter o aquecimento dentro de níveis aos quais podemos nos adaptar. ....... É isso que está em jogo: o tamanho do impacto que sentiremos na nossa velhice e deixaremos para os nossos filhos. De que ele está a caminho, não há mais dúvidas.
* Fernando Meirelles, 60, é arquiteto, diretor de cinema e TV, agricultor e, cada vez mais, ambientalista.
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