segunda-feira, setembro 11, 2017

No Japão as bombas destroem, aqui desmoralizam.

O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases de efeito estufa que agravam o aquecimento global. Como  deputado da Comissão do Meio Ambiente estive em Kyoto 2005, quando o Protocolo começou a vigorar. Ao que me lembre, o único deputado brasileiro presente.

Quando se está no Japão a primeira pergunta que vem, é: como conseguiram chegar onde chegaram? Com uma população próxima da nossa, distribuída em ilhas, com uma extensão territorial 20 vezes menor que o Brasil, o Japão foi totalmente destruído durante a 2ª Grande Guerra Mundial. O exemplo que a todos sensibiliza é como o povo sofrido reergueu o país. Em pouco tempo uma sociedade que preserva valores culturais e éticos, determinada e organizada, transformou o Japão num dos países mais respeitados e avançados do mundo.


As bombas que foram lançadas sobre o Japão, além de destruir suas cidades mataram centenas de milhares de japoneses. As bombas que agora ameaçam o Japão, também são de alto poder de destruição. O que quer o todo poderoso ditador da Coréia do Norte, Kim Jong, com isso - coisa boa não é. Apesar de ter um vizinho com esse poder bélico, que festeja sorrindo as ameaças que faz, o governo do Japão  administra essa grave situação com muita transparência, sobriedade e inteligência.

Acredito que essa postura do  primeiro ministro, Sinzõ Abe, elogiável em todos os sentidos, contribua para tranquilizar a sociedade. O governo passa segurança. Do outro lado do globo, num país tropical, outras bombas são detonadas semanalmente. Os efeitos destrutivos são outros. Nos desmoralizam como nação: acabam com a autoestima, tiram a esperança do povo e ameaçam  o nosso futuro.

Afinal, o que diferencia uma nação da outra? Educação, respeito, compromissos éticos, cultura? Sinceramente, não sei. Só para provocar uma reflexão vou inverter a situação: o país latino tem que se preparar para enfrentar um vizinho que adora construir bombas e matar pessoas inocentes. Já o  Japão tem que enfrentar bombas internas que abalam as instituições e ameaçam a democracia: falsas delações, corrupção em todos os níveis, montanhas de dinheiro sem origem guardadas em casa, obras públicas superfaturadas, compra de votos no  Congresso e outras falcatruas presentes em todos os setores.

Do lado de cá, não  sei como reagiríamos. Particularmente, bombas de hidrogênio e  bravatas de um ditador, nunca me sensibilizaram. Portanto, não consigo dar uma opinião. Até porque, ela não teria o menor valor. Não gosto de bombas e de ditadores. Já em relação a corrupção generalizada no Japão, o final seria um só: muitos envolvidos envergonhados pelo que fizeram - se suicidariam. Outros mais contidos, condenados e presos por um bom tempo. E mesmo com toda a tecnologia que os japoneses detêm: tornozeleiras eletrônicas, nem pensar. 

PS- Resolvi escrever esse comentário antes de embarcar para Buenos Aires. Não sei o que vou encontrar na volta. No Brasil da desfaçatez, tudo pode acontecer. Quem tá preso fica solto, basta o ministro Gilmar querer. Quem está solto vai preso, basta Janot decidir. No Japão, não se brinca com delação, não se acaba com área de preservação e muito menos se perdoa ladrão. Até rimou!    


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