segunda-feira, setembro 04, 2017

Um ano do golpe

Na semana passada, envergonhados e indignados pouco fizeram para celebrar - ou protestar - por um ano  do  golpe que afastou Dilma (31/8). Até entendo o silêncio das panelas e o sumiço que deram no "pato", afinal trocaram seis por...Temer. Quanto aos indignados, penso que estão sem norte. Foram bombardeados durante meses pela mídia, por delatores, procuradores, juízes e senadores(*). O caso mais recente e emblemático partiu do próprio presidente do TRF 4, desembargador Thompson Flores, que declarou de "irretocável" a sentença do juiz Sergio Moro que condenou Lula.

No Brasil de Temer, as contas não fecham, o déficit é crescente e o Congresso ainda não sabe o que fazer com o orçamento. Se não bastasse, na Câmara, o presidente Rodrigo Maia, não dá sinais de encaminhar os 14 pedidos de impeachment contra Temer. Mas não se desesperem: com a chegada do Fufuca, tudo pode acontecer. Não custa lembrar aos desavisados, que foi Temer e sua turma que armou contra Dilma. E tramaram, sem um motivo maior. Como não encontraram "crime de responsabilidade", tudo ficou por conta "das pedaladas fiscais". Os mesmos deputados que fizeram o serviço sujo, agora protegem Temer.

Na última quinta-feira, um ano do seu impeachment, Dilma foi entrevistada pela Folha e destacou que a Lava Jato nasceu pra atingir seu governo e o PT. Só que agora as investigações estão mostrando uma outra realidade. Nesse filme de corrupção, traição e luta pelo poder: o PT é coadjuvante. E isso que ainda não apareceram as delações de Funaro e Cunha. No final de semana, os ataques entre Temer e Joesley se acirraram. Joesley chamou Temer: "de ladrão geral da República". Que belo exemplo que dão para o país: um grande empresário e um presidente da República, mostrando o que realmente são.

(*) O senador Delcídio do Amaral, responsável por boa parte das acusações que pesam sobre Lula, não sabe onde se meter: o procurador Ivan Marx recomendou a perda dos benefícios da colaboração premiada do então senador. Para o MPF, as provas coletadas mostraram que era 
Delcídio quem queria evitar a delação de Cerveró, e não o ex-presidente. Délcidio, que feio!

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