Ontem comentei sobre a figura misteriosa de Rodrigo Tacla Duran. E até sugeri como um bom roteiro para um filme. Por coincidência à noite conheci Suburra, a nova série da NETFLIX. Não deu para resistir. O tempo passou sem perceber. A série italiana que envolve políticos, a igreja, o crime organizado, a especulação imobiliária, empreiteiros e lobistas, me tirou o sono. Assisti até o final sem fechar os olhos. Coisa rara.
Suburra, onde tudo acontece, é um vale localizado em Roma. Antigamente um bairro pobre frequentado por prostitutas. A disputa é por uma área no litoral onde investidores querem construir um porto. A trama se desenvolve com um realismo assustador. A Câmara de Vereadores é comprada, um vereador é assassinado, o prefeito renuncia, a Igreja, proprietária de parte do terreno é chantageada e o Arcebispo se suicida. No último capítulo, o poder se impõe: a máfia fica com a área!
Nada de muito diferente do que vivenciamos aqui. Talvez não com a dramaticidade dos bons filmes italianos, mas com a mesma gravidade do enredo. A politica vem sendo literalmente comida, lenta e gradualmente pelos interesses econômicos. A sociedade desencantada e alienada, não consegue perceber a gravidade e a extensão do problema. Suburra choca pela violência da série, mas ajuda a entender porque "não há almoço de graça". Aos ingênuos e distraídos, insisto: a conta sempre vem.
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