segunda-feira, novembro 06, 2017

O desastre de Mariana e o recado de Marieta: a tragédia continua.

Quase não  se fala mais em Mariana, nosso maior desastre ambiental. Agora é a vez das queimadas, do desmatamento e ocupação de áreas de preservação. Segundo  estudos do Observatório do Clima, o resultado é que ocupamos o vergonhoso 7° lugar de maior poluidor do planeta.  Em apenas um ano nossa conta em relação a emissão de gases de efeito  estufa aumentou em 9%. Um incremento que causa perplexidade já que nesse ano o PIB encolheu 3,6%. Nabil Bonduki, em sua coluna semanal,  nos lembra: "o Brasil é a única grande economia do mundo que aumenta as emissões sem gerar riqueza".

Outra constatação em relação ao nosso péssimo posicionamento no ranking da poluição, que nos deixa ainda pior na foto, é o fato da nossa matriz energética ser uma das limpas em relação aos demais países. O que reforça ainda mais o sentimento antigo que tenho: nos falta politica pública e gestão. O modelo e a postura que adotamos caminha na direção inversa do desenvolvimento sustentável, que combina crescimento econômico com proteção ambiental.

No entanto, a impressão que tenho é que não querem outro modelo de desenvolvimento. Mais amigável com o meio ambiente e de olho no futuro. Como ressalta Nabil em seu  último artigo: "O descaso do governo, do Congresso e até mesmo  da sociedade com o desastre ambiental é impressionante. É uma conta que já estamos pagando e que ficará mais cara no  futuro".

PS- Infelizmente, a cada semana que passa, as notícias que chegam confirmam minha crença: regredimos em todos os sentidos. Aos meus olhos a realidade é assustadora. Para que não pareça coisa do passado, como um disco de vinil rachado, que fica repetindo as mesmas palavras, olhem o comentário que fez Marieta Severo sobre o Brasil de hoje
: "Não queria estar vivendo esse momento. Não tenho mais idade para andar para trás. Esse pessoal jovem está com preconceito que, na minha época, era caretice. Como pode um jovem de 22 anos ser assim? Com essa idade a gente queria quebrar barreiras, experimentar coisas novas".  (DC 05/11)

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