Pela primeira vez as "Festas de Fim de Ano" se deram sem a presença dos meus filhos. Quis o destino que minha filha fosse morar em Berlim e meu filho segue sua vida em Austin, nos Estados Unidos. Por mais desprendimento que se possa ter, a falta deles é muito sentida.
Como toda a nova experiência, a ausência deles também nos leva a aprender um pouco mais. Dessa vez foi lendo a coluna de Fabrício Carpinejar, ZH (26/12), que me fez entender melhor as sutilezas que envolvem o complexo relacionamento entre pais e filhos.(*)
Por coincidência, o texto foi publicado no dia que sua filha completava 24 anos. E inicia sua coluna semanal, comentando que ela não usa o seu sobrenome - "para não criar ligação direta comigo". Seu relato de pai amoroso, é uma aula de como ele se relaciona com a filha. Sem expressar mágoa, com sabedoria desabafa: "Ela não comenta os meus textos. Muito menos revela que leu meus livros. Não sofre com os meus problemas e ainda avisa que é para parar de fazer drama".
Depois de uma agradável leitura, Carpinejar resume o aprendizado de um convívio aparentemente conflituoso de pai e filha, da seguinte forma: "Não fracassei, eduquei alguém capaz de me encarar de igual para igual e de me testar para descobrir o quanto a amo".
O texto de Carpinejar acabou sendo uma boa lembrança de um final de ano chuvoso e longe dos meus filhos. Deu para refletir, aprender um pouco mais e rever alguns conceitos: de como pais e filhos podem conviver com suas diferentes visões de mundo. Num ambiente acima de tudo respeitoso, onde não existe poder e bajulação. De forma que a relação passe a ser a mais sincera possível, mesmo sabendo que nem sempre é o caminho mais fácil.
Portanto, que venha logo 2018 e nos liberte do atraso que foi 2017. Nessa atípica virada de ano, agradeço a Carpinejar pela oportunidade que tive de reafirmar um sentimento que carrego pela vida: "O principal legado que nos cabe deixar, não são filhos que morrem de saudades de nós. O importante é criar filhos melhores do que nós."
(*) Fabrício Carpi Nejar, ou Fabrício Carpinejar, como passou a assinar a partir de 1998, é um poeta, cronista e jornalista gaúcho. Com mais de uma dezena de livros publicados, é um dos autores mais premiados do momento.
Portanto, que venha logo 2018 e nos liberte do atraso que foi 2017. Nessa atípica virada de ano, agradeço a Carpinejar pela oportunidade que tive de reafirmar um sentimento que carrego pela vida: "O principal legado que nos cabe deixar, não são filhos que morrem de saudades de nós. O importante é criar filhos melhores do que nós."
(*) Fabrício Carpi Nejar, ou Fabrício Carpinejar, como passou a assinar a partir de 1998, é um poeta, cronista e jornalista gaúcho. Com mais de uma dezena de livros publicados, é um dos autores mais premiados do momento.
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