sábado, janeiro 11, 2025

Desinformar para dominar: a nova ordem mundial

A Democracia está sob fogo cruzado. Sem saber precisar em que momento isso se deu, é uma realidade. Só que agora as ameaças se dão com muito mais frequência e intensidade. Cada semana é uma pedra que colocam no caminho da democracia. Nem sempre dá para desviar, por isso a importância de se estar alerta. O caminho minado faz parte do jogo daqueles que querem ganhar de qualquer jeito. Não vão conseguir por uma razão muito simples, os sonhos não morrem.

Às vezes escrevo por encomenda, mas não é comum. Quando parte de um amigo e o assunto já está sob observação, fica mais fácil abrir uma exceção. O comentário que ora faço nasceu na hora certa de uma demanda desse tipo. O anúncio do magnata  Zuckerberg de adesão ao governo Trump estava no forno pronto para sair. Com um olhar diferenciado do sentimento comum, apontando como mais uma jogada do Zuck do que do Donald. Esses jovens donos das chamada "big techs", salvo as exceções de sempre, querem visibilidade, dinheiro e poder. Dinheiro eles sabem como fazer e a visibilidade vem no vácuo. 

Para se locupletarem por inteiro, falta o poder constituído, que nos regimes democráticos se dão através do voto. Ao que se saiba Zuck não tinha apoiado Donald até então. Assim como Musk, também não. À rigor esse grau de exposição pública de adesão ao governo Trump, de ambos, só se deu agora na eleição de 2024. Para alguns observadores mais atentos essa aproximação é uma ameaça à ordem mundial. Os três jogam pesado e não medem as consequências. A desinformação é a carta na manga.

As intempestivas declarações de Trump antes mesmo de tomar posse, já podem fazer parte desse jogo de tão absurdas que foram. De repente, num rompante inconsequente, Trump ameaça incorporar seus vizinhos ao território americano, se apropriar do Canal do Panamá e tomar conta da Groelândia. Quem faz política com ética e precisa prestar conta dos seus atos não faz isso, já magnatas fazem. Na cabeça deles uma sociedade quanto mais desinformada e assustada for, mais enfraquecida ela estará. A dominação passa a ser uma questão de tempo, nada que o dinheiro não resolva. (*) 

Sem dúvida a parceria tá feita, até pode não durar pela difícil relação dos envolvidos com seus egos. No entanto, independentemente do que vier acontecer com os EUA os países precisam estar atentos. Os magnatas das "big techs" não querem disputar eleição, dá trabalho: na lógica deles é mais fácil comprar os eleitos. Se a legislação dos países criar obstáculos aos seus planos de controle sobre a informação, se preparem: o jogo é duro e não é para amador. Sem ser alarmista nessa "nova ordem mundial" de dominação pela informação, a democracia não cabe. Pensem nisso. (**)

(*) Quem não se lembra das ameaças de Elon Musk, de olho nos recursos minerais da Bolívia, ao declarar que derrubava o presidente do país na hora que ele quisesse.

(**) Travessia é uma canção de Fernando Brant e Milton Nascimento. É linda e fala um pouco das incertezas da vida e de andar sobre um caminho de pedras. Segue um trecho: minha casa não é minha/e nem é meu este lugar/estou só e não resisto/muito tenho pra falar/solto a voz nas estradas/já não quero parar/ meu caminho é de pedras/como posso sonhar.....

PS - Justiça seja feita, no nosso caso o Supremo Tribunal Federal está atento. 

terça-feira, janeiro 07, 2025

O Brasil a COP 30, a Aliança Global conta a Fome a Pobreza

                                      Brasil, depois do G20(11/2024) a COP 30 (11/2025)

Por mais que queiram minimizar o papel que o presidente Lula vem fazendo nas relações comerciais e políticas com o mundo, os fatos falam por si. A diferença é tão visível que nem mesmo a oposição se arrisca a atacar o governo. O melhor desempenho da balança comercial recentemente anunciado, é a prova disso. A imprensa internacional também tem destacado nosso bom momento. A mídia que costuma jogar contra, não quer se expor ao ridículo de enfrentar uma BBC, uma Deutsche Welle ou um Le Monde. Com certeza saímos bem na foto com o G20 e logo em seguida com o Acordo Mercosul e a  União Europeia.  

Sobre esse Acordo em particular, cabe um comentário:  se a gente olhar para o mundo vai ver que a toda poderosa Europa, parou no tempo. Está com a sua economia estagnada e sem um plano B. Se meteu numa guerra que achava que ia levar um mês e já está a caminho do seu terceiro ano. Não mediu a extensão da sua dependência energética da Rússia, acabou ficando sem gás para enfrentar o rigoroso inverno que se anuncia. Algo até então impensável para um europeu pode acontecer, pessoas morrerem de frio. Como se pode ver a guerra em si é o pior dos mundos, uma tragédia humana. 

Agora dá para entender melhor a vinda inesperada, ou desesperada, da presidenta da União Europeia, Ursula von der Leyen, na reunião do Mercosul nos últimos dias do ano passado, em Montevidéu. A Europa está literalmente acuada, não mantêm uma relação amistosa com a Ásia e não vai encontrar um Trump sorridente. Portanto, o Acordo firmado foi estratégico para os dois blocos. Ponto para a diplomacia brasileira e, em particular, para o presidente Lula o grande avalista desse Acordo. Claro que muitas coisas ainda vão acontecer, mas estamos no lado certo da história.

O Brasil tem se posicionado em fóruns internacionais, com muita firmeza pela paz. Nos afastamos completamente de qualquer compromisso com as guerras, optamos pela vida contra a Fome e a Pobreza, temas por nós incluídos na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30, que será realizada no Brasil em Belém do Pará, em novembro de 2025. Um momento único, de visibilidade global, focado no futuro. Que exemplo estamos dando para esse mundo cheio de conflitos e incertezas, ao saber definir prioridades.

  


segunda-feira, dezembro 30, 2024

DINO X LIRA, que venha 2025

Domingo 29 de dezembro, como sempre todos os sentimentos voltados para a Virada do Ano. Independentemente de qualquer crise, faz parte da nossa cultura. Aeroportos, rodoviárias, estradas, praias e hotéis lotados. Numa Brasília esvaziada, um presidente da Câmara dos Deputados, desesperado, tenta marcar uma Reunião de Emergência com os líderes partidários. O assunto em pauta, o escândalo das emendas. Na sexta-feira, 27, o ministro Flávio Dino do Supremo Tribunal Federal tinha bloqueado 4,2 bilhões de reais autorizados por Arthur Lira, por falta de transparência com os recursos públicos

A indignação tomou conta da Nação, num momento em que se discutia a necessidade de cortar gastos, o presidente da Câmara, sem qualquer pudor, chantageia o governo, ao impor no final do Exercício Legislativo, a farra das emendas.  O que vai acontecer daqui pra frente vai ser um embate entre um Flávio Dino fortalecido e um Lira enfraquecido, já que no início de 2025 fica sem a presidência da Câmara e sem o poder da caneta.

O texto é só um registro da bandalheira legislativa de final de ano. Obviamente, não se encerra aqui. Como os valores envolvidos são absurdamente altos e a indignação foi geral, no próximo ano muita sujeira vai aparecer. Até dentro da Câmara o desconforto é grande, pois quem não se beneficiou das emendas também está sob suspeita. A revolta da sociedade sobre o ocorrido foi uma agradável surpresa. Um sopro de esperança. No Linkedin, onde comentei esse assunto domingo pela manhã, em poucas horas mais de 15 mil visualizações. Que venha logo 2025 e com ele um pouco mais de respeito com o dinheiro público. O importante é manter a lucidez e ter esperança na caminhada que nos espera. Até breve.

terça-feira, dezembro 17, 2024

Florestas e nascentes, a vida preservada

                         
                                                     
                                               "A gota que falta", de  Isodozol (*) 

Quando criamos o IMPAC - Instituto Mauro Passos de Proteção Ambiental e Climática, em maio deste ano, tudo aconteceu muito em função do Carlos Alberto Tavares Ferreira da Carbon ZERO. A grande pergunta que sempre fazia era se dava tempo de começar algo novo, tão desafiador como a temática ambiental e climática. Com o Instituto IDEAL, por exemplo, foram 17 anos de um trabalho voluntário. Como não tenho mais esse tempo, sem açodamento, fomos nos convencendo que poderíamos, sim, contribuir um dos principais debates desse século, a conscientização ambiental. (**)  

Portanto, o que se busca nessa primeira apresentação pública do IMPAC é mostrar nosso entusiasmo com esse novo momento. O tema proteção ambiental e climática é uma agenda global num mundo que está de cabeça para baixo. As duas coisas caminham juntas e exigem uma redobrada atenção. Em razão disso a prioridade vai estar sempre na simplicidade das ações e no envolvimento coletivo. Se nós quisermos ter florestas e nascentes preservadas, assegurando a continuidade da vida, a hora é agora. Não tem amanhã, o tempo se esgotou. 

O que se pretende com o IMPAC é justamente isso, iniciativas de fácil compreensão e implantação, que possam ser replicadas. Para Santa Catarina, o que nos motivou são dois projetos já em andamento no Paraná, o "Caminho das Araucárias" e o caminho das "'Águas Limpas", ambos da Carbon ZERO, do Carlos Alberto Tavares Ferreira. 

Para dar suporte as suas iniciativas, o IMPAC, através de um Termo de Compromisso com o Hotel Plaza Caldas da Imperatriz, vai implantar um centro de apoio à pesquisa da fauna e flora no Parque da Serra do Tabuleiro, na antiga Pousada da Mata que pertence ao hotel.  A responsabilidade do Instituto, além de recuperar e administrar o local, será de torná-lo uma referência e ponto de encontro para debater a temática do clima. Como principal atrativo para nossas atividades nada melhor que uma imensa floresta preservada, como um verdadeiro laboratório a céu aberto.    

No fundo, está se criando um espaço para a conscientização ambiental, fruto de uma relação de confiança entre duas partes. De um lado o IMPAC, que traz 17 anos de uma experiência exitosa com o Instituto IDEAL, na promoção e consolidação da energia solar no país. Do outro lado o Hotel Plaza Caldas da Imperatriz, que por confiar nos projetos apresentados nos deu total autonomia. O hotel sempre manteve biólogos no seu quadro de pessoal e programação para os hóspedes com palestras e caminhadas orientadas pela floresta. Logo, a sintonia existe.

A relação do Hotel Plaza Caldas da Imperatriz com o mundo acadêmico, principalmente com a UFSC, é antiga. Como resultado já foram produzidos dezenas de artigos e até mesmo algumas dissertações de mestrado e teses de doutorado. Em parte, muito se deve ao trabalho de três décadas do biólogo e professor Fernando Brüggemann, que recentemente se aposentou. Como legado, publicou dois livros sobre sua vivência única com a mata e os hóspedes. Uma relação sadia que deu certo. Agora, quem segue seu caminho, é o biólogo Guilherme Willrich. (***) 

Com esse breve relato, se quer valorar o passado e anunciar um novo ciclo com um olhar para o futuro. Obviamente, muito focado em novas parcerias que possam vir a contribuir naquilo que o Instituto IMPAC busca. O que se quer é aproximar a juventude da natureza e através dela conscientizar a sociedade da importância da preservação ambiental e da atenção que todos temos que ter em relação às mudanças climáticas. Sem dúvida, um desafio e tanto que precisa começar. É o que estamos propondo.

(*) Isolete Dozol, reconhecida aquarelista catarinense, amiga de longa data, nos presenteou com a ilustração do texto "Florestas e nascentes, a vida preservada",  com uma folha e uma gota.

(**) A professora Irene Reis, fundadora da Reinventando a Educação, em recente entrevista, por uma feliz coincidência, reforçou o que se busca: "Se fala de árvores abrindo a página do livro, mas não levamos as crianças para vê-las". 
 
(***) Quando se fala numa relação sadia e antiga que deu certo, estamos falando numa longa parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina e o Hotel Plaza Caldas da Imperatriz. Tanto assim que os termos de cooperação se renovam  automaticamente a cada cinco anos.  

   

      

segunda-feira, dezembro 09, 2024

Acordo Mercosul/UE: nada é por acaso

                                    Ursula Von der Leyen  e Lula  (Foto: Ricardo Stuckert)

No Brasil a grande expectativa no mês dezembro é com a chegada das Festas de Fim de Ano. A economia se movimenta, ruas e praças ficam mais bonitas, o comércio festeja, o dinheiro - mesmo quando curto - circula, as pessoas se animam e projetam na virada do Ano esperança de dias melhores. Sem querer entrar no mérito de como se forma essa magia, o fato é que ela existe e está entre nós.

Quando foi anunciado o Acordo Mercosul/União Europeia, no dia 6 de dezembro, a surpresa foi grande. Uma novela que se estendia por décadas e que não dava sinais de vida. O maior empenhado com a ideia era o presidente Lula. Nem seu dileto amigo, o presidente da França, Emmanuel Macron, segunda economia do bloco europeu, no encontro do G20 no Rio, em nenhum momento facilitou a conversa.

De repente, sem uma agenda confirmada, na véspera da Reunião do Mercosul, chega em Montevidéu, a presidenta do Bloco Europeu, Ursula Von der Leyen, para referendar um acordo comercial que envolve um mercado de 700 milhões de consumidores e um PIB conjunto de 22 trilhões de dólares. Sem falar nas inúmeras possibilidades que poderão nascer do livre comércio entre os países representados nesse Acordo. Como nada é por acaso, vale a pena prospectar o que aconteceu para o sonho se realizar.

A primeira impressão que fica, salvo melhor juízo, é de que foi uma reação da União Europeia as medidas protecionistas de Donald Trump. O presidente eleito nem assumiu o cargo e já vem ameaçando com retaliações e taxações descabidas. Não pensa nas consequências e põe em risco as próprias relações comerciais dos EUA com os outros países. Nem seus vizinhos e históricos parceiros comerciais, como México e Canadá, ficaram livres das ameaças de Trump. (*) 

Para nós latinos, o melhor dos mundos. Se quebrou um sentimento de incapacidade e de falta de compreensão que nos impedia de avançar. Por quatro anos fui membro do Parlamento do Mercosul, uma experiência e tanto, cujos desencantos nunca me abalaram. Ao contrário, sempre acreditei no potencial da América Latina. Agora se abre uma porta de oportunidades, regradas, como devem ser. Não há espaço para ditaduras, a transparência, a ética e o bom convívio entre os membros do Acordo fazem parte do pacote. (**)

(*)  Ursula Von der Leyen ainda terá muitos desafios pela frente, mas levou consigo o aval do Mercosul. Mérito do presidente Lula, que marcou um gol de placa. Ainda mais sabendo que os  atuais presidentes  da Argentina, Paraguai e Uruguai, não comungam das suas ideias.  

(**) O meio ambiente, as mudanças climáticas e a descarbonização  da região também fazem parte da lista de compromissos. Logo veio a lembrança os bons momentos na Universidade de Belgrano, na Argentina.  Das amizades que ficaram, da Lorena, Verônica e Pedro, todos muito jovens. No intervalo da primeira aula, entre uma empanada e outra resolvemos trabalhar juntos. Pela idade, imagino, pediram uma sugestão de tema para o trabalho em grupo. Sem saber direito a formação de cada um, prontamente respondi: vocês são o futuro, só há um tema que me motivou estar aqui - uma América sem Carbono. Todos apoiaram. Dez anos depois virou pauta.        

segunda-feira, novembro 25, 2024

Envelhecimento e aposentadoria: o que fazer...

"De Olho no Futuro", linha editorial que sigo, no blog e nas redes sociais, algo que até então nunca tinha abordado virou pauta global. Só em 2024 milhões de pessoas entraram na lista dos envelhecidos desamparados. Nos EUA, o  envelhecimento de um candidato modificou o cenário de uma eleição. No Uruguai o apoio incansável de um idoso,  o ex-presidente Pepe Mujica, foi decisivo na eleição do seu candidato Yamandú Orsi. O que de certa forma confirma o que penso, cada caso é um caso. 

Biden e Mujica, pelo que representam, são pontos fora da curva. A preocupação que permeia o debate mais amplo desse problema é o que fazer com a realidade do planeta que recebe, sem o devido acolhimento, milhões de idosos por ano. A grande maioria, sem a menor condição de se manter com dignidade. Em quase todos os países os sistemas previdenciários, públicos e privados, se afastam cada vez mais do compromisso de atender as demandas crescentes desse grupo de pessoas. 

Como regra geral, o que se observa são despesas crescentes para viver e um retorno previdenciário cada vez mais insuficiente. As contas não fecham e nem todos conseguem uma atividade extra para atender suas necessidades básicas. Sem essa possibilidade vem o desencanto e um afastamento natural de amigos e familiares. Afinal, ninguém se sente bem nessa situação. 

Por muito tempo esse quadro foi encoberto pelos próprios idosos, muitos por vergonha de relatar a penúria que vivem e outros porque se desfizeram de algum patrimônio para sobreviver. Só que a triste realidade dos aposentados é cada vez mais visível. Com o futuro cheio de incertezas e a idade chegando, acabam ficando à margem da sociedade. 

Pela primeira vez nos fóruns mundiais se percebe uma movimentação sobre essa situação. Só que cada país tem as suas contradições. No nosso caso então, são gritantes: enquanto a grande maioria dos aposentados contam moedas, outros recebem gordas aposentadorias. Uma possibilidade já aventada seria absorver aposentados trazendo de volta para a atividade laboral. O empregador teria algum tipo de incentivo, como no caso dos jovens aprendiz, só que se corre o risco do patrão se desfazer de um empregado que lhe custa mais. 

Portanto, o problema está colocado: discutir um envelhecimento saudável sem uma aposentadoria justa é conversa fiada. O sistema previdenciário que estamos inseridos precisa se autoalimentar para ficar de pé. Atualmente, o que se vê ou é PJ ou emprego informal. A conta não fecha, precisa de recursos de fora do sistema previdenciário. Talvez uma renda mínima, eterna bandeira do senador Suplicy, ou algo parecido, possa ser um caminho. Enfim, vamos aguardar que alguém mais preparado possa saber o que fazer.

Como nada é por acaso, a motivação sobre o artigo veio justamente agora, na semana que o governo vai anunciar corte de gastos. Não é hora de passar a conta para os que mais precisam e sobrevivem à duras penas com um salário mínimo. O governo tem os números e sabe onde precisa cortar. O que se espera é que façam os cortes onde eles devem ser feitos. Estamos atentos.     

PS - Depois de aposentado trabalho como voluntário em projetos que considero capaz de contribuir. Em 2007 foi assim com o Instituto IDEAL e agora em 2024 com o IMPAC. Por 10 anos exerci mandato de vereador e deputado federal. Sempre tive a compreensão que não se tratava de uma relação de emprego. Por isso não participei dos seus fundos previdenciários.