quinta-feira, janeiro 04, 2018

Engarrafamentos e mortes em estradas saturadas

Como sempre acontece nas festas de final do ano, os carros invadem nossas estradas saturadas e mal cuidadas. Como consequência, cresce o número das chamadas "mortes anunciadas" nas nossas rodovias. Todo o ano o balanço se repete, a ponto de se banalizar a morte: seja  ela por imprudência,  pelo uso de bebida alcoólica ou pelo volume de carros que as estradas recebem nessa época do ano.

Por compromissos de natureza familiar, precisei estar em Porto Alegre duas vezes nesse período. A ultima foi agora, no dia primeiro. Uma aventura, que exige atenção e uma boa dose de paciência. São centenas de milhares de carros fazendo a mesma coisa. A mais antiga das rodovias da região a implantar o pedágio,  conhecida pelos gaúchos como a free way, que liga Porto Alegre as praias, mesmo com quatro pistas de cada lado,  não comportou os mais de 200 mil carros que passaram por ela. O transito lento se arrastou ao longo dos seus 100 km. (foto abaixo ZH)


A situação do Rio Grande do Sul, onde em 10 anos a frota de veículos aumentou sete vezes mais do que a ampliação da malha rodoviária, não é diferente do que se observa pelo país afora: sobram carros, falta infraestrutura. Até aí, nenhuma novidade. Basta observar nossas cidades para identificar o problema. Feriados nacionais prolongados, milhões de carros saem das cidades e se encontram nas estradas antigas e já saturadas. Nesse ponto, até as formigas são mais preparadas do que nós: abrem seus próprios caminhos.

O que mais me preocupa, além dos carros e da falta de boas estradas, é o descaso dos governantes para um  problema  que se agrava a cada ano. De tão indiferentes que estão, até parece que não sabem o que fazer. Independente da omissão dos responsáveis pelo setor, ainda bem que tem gente atenta. Segundo o professor João Fortini Albano, no Rio Grande do Sul, "de 2008 a 2017, a população cresceu 4%, enquanto a frota ficou 58% maior, ao passar de 4,1 milhões para 6,6 milhões de veículos. O descompasso entre a quantidade de veículos e de investimentos em infraestrutura vem impactando nas grandes cidades e nas regiões metropolitanos,  acarretando congestionamentos intermináveis", Comenta o professor Albano . (Fonte ZH, 02/01/2018)

PS- Se alguém acha que vai acontecer alguma coisa em 2018, pode ir "tirando o seu carro da estrada". Só vai piorar. Em 2019, na virada do ano, prometo retomar o assunto.

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