segunda-feira, fevereiro 19, 2018

O Rio de Janeiro deTemer e Pezão


                               (Foto: Fátima Meira, Futura Press,Estadão Conteúdo)

A distante, pacata e próspera cidade de Panambi, no Rio Grande do Sul, onde me encontro para colocar algumas possibilidades de uso para energia solar, me fez refletir sobre o Brasil que se despedaça a cada dia. Longe dos principais fatos da semana que ocorreram no Rio de Janeiro, o resultado do Carnaval, e a intervenção federal na sexta-feira, Panambi é um outro Brasil.

O Rio, nossa vitrine no exterior, agoniza. A antiga "cidade maravilhosa", foi saqueada. E quem acabou com o Rio foi a "elite governante", em parceria com a Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas do Estado e o MP/RJ. Alguns por omissão, outros por conveniência politica e muitos pelo desejo de ficarem ricos através de uma corrupção sem limites.

Pela primeira vez, de forma tão explicita, o retrato da podridão que se estabeleceu no Rio foi para a avenida em forma de samba enredo das escolas. Não foi por acaso que a campeã e vice-campeã do Carnaval carioca em 2018, Beija-Flor e a Paraíso do Tuiuti, venceram pelo forte componente politico dos dois desfiles.

O que sempre foi visto como palco da alegria e da alienação, se transformou num espaço de reflexão social e politica. Nas arquibancadas da Sapucaí e nas redes sociais, o povo entendeu perfeitamente o recado e aplaudiu. Afinal, "Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu". Todos perceberam o recado do samba enredo. Até mesmo aqueles que um dia foram usados e se empolgaram batendo suas panelas. 

Na sexta-feira, o Rio novamente virou notícia. Dessa vez submeteram a cidade, que um dia foi maravilhosa, a um novo constrangimento: a intervenção federal. A decretação da falência moral, politica, econômica e social, do segundo estado mais importante do país. O anúncio parecia um velório. Temer e Pezão, na foto acima, confirmam minhas palavras. Talvez, o mal estar geral que tomou da conta da cerimônia se deva ao fato que boa parte dos presentes sabe melhor do que ninguém as  causas da falência do Rio de Janeiro. E o que é pior: conhecem bem os  responsáveis. 

PS - O que se espera dessa intervenção no Rio, pouco se sabe. E muito menos, sobre os reais motivos que estão por trás dessa decisão. O risco que se corre de ser mais um jogo politico,  é grande.    

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