Na próxima semana os olhos do mundo continuarão voltados para a Rússia. Afinal é de lá que virá a seleção campeã do mundo. Uma certeza já se tem: é uma seleção europeia. Não por acaso, o futebol europeu evoluiu muito nas últimas décadas. Basta observar: os melhores times do mundo estão na Europa, os técnicos mais valorizados e os melhores jogadores também.
Essa constatação se confirmou na Copa da Rússia. Entre os principais artilheiros, todos jogam na Europa. Só que nenhum brasileiro faz parte da lista. O nosso centroavante, por exemplo, não fez nenhum gol. O que reforça a tese da superação do futebol coletivo sobre o individualismo inconsequente. Basta ver as seleções que avançaram na competição. Todas, sem exceção, apresentaram um futebol solidário, competitivo, equilibrado e sem estrelismo.
Aliás, a valorização do individualismo nos acompanha por décadas. Quem não se lembra da Copa de 1958, na Suécia. O técnico era Vicente Feola. Conta a lenda que na partida contra a Rússia, Feola chamou Garrincha e repassou as instruções: "avança pela direita driblando todos os russos que aparecerem e cruza para a área". Garrincha, um gênio da bola, com a simplicidade de sempre, saiu-se com essa: "seu Feola já combinaram essa jogada com os russos".
Se é lenda ou não, nem Feola e nem Garincha estão entre nós para confirmar. No entanto serve para explicar porque voltamos da Rússia antes do tempo. Apostamos mais nas celebridades do que no jogo coletivo. Não é hora de achar culpados e muito menos de "chutar cachorro morto". O futebol europeu evoluiu e nós ainda continuamos dependendo de uma jogada genial. Só que times bem montados, anulam jogadas geniais. Simples assim.
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