O artigo que me motivou a tocar na venda da Eletrobras, vai fazer um ano. Foi publicado na Folha, em 23 de agosto de 2017. O título, fala por si: "Mais luz na venda da Eletrobras". O autor, Vinicius Torres Freire. Longe de ser um pensador mais à esquerda entre os nossos colunistas, Vinicius já indagava sobre o que a sociedade ia ganhar com essa venda.
Seu texto começa lembrando aos distraídos de sempre, que privatizar nem sempre é sinônimo de solução. Se apropriar de bens públicos, sempre gera desconfiança. Além do mais, a medida que o dinheiro de investidores privados irão se deslocar para compra da Eletrobras vai faltar recurso para ser investido na expansão do sistema. E a cargo de quem ficará a expansão da oferta de energia elétrica futura? Ao Estado falido? Ou fica tudo por conta do mercado, vendendo energia pelo preço que quer?
O que me impressiona é que pouco se fala sobre isso. A venda da Eletrobras é um risco considerável para todos. Faz parte do seu DNA, programas do gênero Luz para Todos, incentivar as fontes de energia alternativa, além de fazer alguma pesquisa (com uma certa timidez). Se for parar na mão de grandes grupos privados, dificilmente continuará fazendo esse papel. A história mostra que com as privatizações, eventuais ganhos de eficiência não são repassados para a sociedade. Fica com os acionistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário