Quem diria, o recado tá dado: destruam a Amazônia. Façam dela o que quiserem. A força tarefa do Exército recém criada para proteção da Amazônia, sob o comando do vice presidente, sem qualquer motivo aparente, foi dissolvida. O que já era terra de ninguém, ficou mais exposta aos interesses espúrios. A Amazônia está virada numa S/A, e quem está de olho no cargo de CEO é o Salles. (*)
Quando Bolsonaro em campanha prometeu que não iria demarcar "nem um centímetro de terra a quilombolas e indígenas", não estava blefando. Para ele a Amazônia é a maior fazenda do planeta à ser explorada. Muito embora o direito à regularização fundiária está assegurado pelo artigo 68 da nossa Constituição; propositalmente não anda. Nos dois anos do governo Bolsonaro, pasmem, o Incra titulou três áreas, somando 332 hectares. Um dado que deveria envergonhar qualquer governante. (**)
A situação está tomando o caminho do "estouro da boiada", recomendada por Salles na famosa reunião ministerial de abril de 2020. Os interesses obscuros são muitos, vão: do garimpo ilegal, passando pela ocupação de terras de preservação permanente, queimadas e desmatamentos ilegais. A preocupação é tamanha que levou o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, suspender uma lei estadual de Roraima, sancionada neste ano, que autorizava o uso de mercúrio nos garimpos. Moraes considerou a lei estadual um risco à proteção ambiental. ( FSP 22/2).
Mas os riscos não param aí.
Na terça-feira, 23, o coronel do Exército, Luiz Carlos Marchetti, foi exonerado por Salles. Era o superintendente do Ibama no Mato Grosso do Sul. Saiu atirando. Para o seu lugar Salles nomeou um Policial Militar de São Paulo. Não conheço o coronel Luiz e nem o policial de São Paulo, mas conheço o Ibama. Que vergonha, seu Salles: lugar de coronel e de policial militar não é lá!
(*) Que Bolsonaro tá queimando o Mourão, todos sabem. Nem nas reuniões tem participado. O fim da Operação Verde Brasil, liderada pelas Forças Armadas, com o objetivo de coibir o desmatamento e as queimadas na Amazônia, é mais uma etapa do desgaste. Mourão é quem coordenava a operação. Assim como Moro, Mourão também entrou em rota de colisão com o capitão.
(**) A Amazônia é o maior ativo ambiental do planeta. Qualquer governante sem noção da importância deste patrimônio natural, que se cuide: vai responder por crime contra a humanidade.
PS - A tragédia sanitária é o assunto do momento. Na quarta-feira, 3, a confirmação de um novo recorde: 1.910 mortes. Propositalmente tenho colocado a Amazônia em pauta, porque tem tudo a ver com o descaso do governo: quem não cuida do meio ambiente, não liga para a vida. Se tem gente que ainda não entendeu....lamento.
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