Depois da aprovação do processo de privatização da Eletrobras, a pergunta que não quer calar é sobre o que vão fazer com a empresa e seus "jabutis". Sinceramente, acho que não sabem. Agora, na hora da onça beber água, os oportunistas de plantão vão querer o seu. Se com as vacinas, que eram para salvar vidas, já estão aparecendo os negócios obscuros, fico imaginando o que não vai ser com a energia elétrica.
Sobre Angra 3, as notícias que trago são de maio. As declarações do ministro Bento Albuqerque de que "energia nuclear é prioridade", foram reafirmadas na semana passada em mais um apelo do ministro aos incautos, "acredito que a retomada da obra é simbólica e vai ajudar a preservar os nossos reservatórios de água", só não diz em que época isso vai se dar. A obra começou três décadas atrás e não vai ficar pronta tão cedo. Portanto, ao meu ver, querer associar a retomada da obra de Angra 3 com a crise hídrica que ameaça o setor e impacta a tarifa não passa de mais uma enganação. Com a palavra os técnicos do setor. (*)
Angra 3 é um saco sem fundo, que ninguém sabe quanto vai custar e nem quando vai ficar pronta. Segundo o próprio ministro faltam 18,5 bilhões de reais para concluir a usina. Uma obra que se arrasta no tempo e que tive a oportunidade de visitar. Em 2005, quando era deputado federal, como membro da Comissão de Ciência e Tecnologia e Minas e Energia, fomos verificar se os equipamentos armazenados ainda estavam na garantia. (**)
Segundo o atual ministro das Minas e Energia, as peças estão muito bem conservadas e ele ficou muito satisfeito com o que viu. A tecnologia é alemã e a Eletronuclear tem a cultura da segurança, reforçou o ministro. Em nenhum momento Bento Albuquerque comentou que a Alemanha vem desativando suas usinas atômicas por pressão da sociedade. Só para atualizar, a política energética alemã está em consonância com a maioria dos países de incentivo às energia limpas e renováveis. Tanto assim que a geração eólica e solar lideram os investimentos em energia no mundo.
(*) Segundo a Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), a atual crise energética pode custar R$ 3,6 bi a mais na conta de luz dos consumidores até o final do ano.
(**) Na época para guardar as peças desmontadas o custo era de 40 milhões de dólares por ano. Lembrando a CPI e o general Pazuello, um contrato capaz de alimentar muitos "pixulecos".
PS - Que a tecnologia alemã é reconhecida no mundo, todos sabem. O ex-presidente Itamar Franco, por exemplo, adorava o Fusca. Seu amor era tão grande que retomou a sua fabricação no Brasil. Como era de se esperar, não deu certo. Ainda bem que não teve tempo de propor armazenar por 30 anos as peças de uma "fusqueta" para montar depois. A tecnologia não é vinho para ser guardada. Se der um problema num reator nuclear de Angra 3, projetado 40 anos atrás, não vai se encontrar outro no mercado para substituí-lo. A usina será desativada. Com a palavra o ministro Bento Albuquerque. O espaço aqui no blog está sempre aberto para outras opiniões.
Um comentário:
Nosso país sendo destruído a cada ação desse governo. Ainda restam 20 meses de pesadelo, se nada for feito.
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