Depois da tensão que foi a vitória de LULA, uma semana de descanso vinha bem. O esforço de interpretar, analisar e comentar o que se passou numa eleição tão disputada, exige atenção e muito cuidado com o que se escreve. Nessa em particular, as pesquisas atrapalharam, as redes sociais se multiplicaram, as mentiras se alastraram, mas os votos chegaram: 6 milhões a mais do que o oponente.
Embora a sabedoria popular afirme que o trabalho que se faz com gosto não se sente o peso, na real não é bem assim. O corpo reclama. Só que a vontade de descansar acabou na última quarta-feira, quando Simone Tebet declarou publicamente apoio à LULA. Num pronunciamento altivo, consistente, com repercussão nacional, sua manifestação foi o grande fato político pós primeiro turno. Que ela tinha saído bem maior do que entrou na disputa a presidente, todos sabiam. A novidade foi sua postura de total respeito ao que pensa, suas preocupações com o povo e seu inabalável compromisso com a democracia.
Para um eleitor mais exigente, Simone se comportou como deveria ser a boa prática política. Nada mais além disso. No país de 35 partidos, do orçamento secreto, do Centrão, de parlamentares que só pensam em si, presidentes de partidos que não passam de administradores de fundos partidários e outros recursos públicos - Simone Tebet soube se diferenciar.
Os ataques a sua pessoa já começaram e vão se intensificar. A decisão que tomou incomodou muita gente. Num segundo turno disputado como se prevê, sua participação pode se tornar decisiva. Política se faz juntando forças. Simone fez a sua escolha ao declarar "O que está em jogo é muito maior do que cada um de nós". Seja bem vinda, Simone.
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