Não podemos minimizar o que ocorreu nessa semana. Depois do anúncio oficial do resultado das eleições, dezenas de rodovias foram bloqueadas. Um movimento combinado, antidemocrático, com claro objetivo golpista. Na quarta-feira, dia 2, nem os mortos foram respeitados: um grupo de fanáticos se concentrou diante dos quartéis ameaçando a democracia. Pasmem, por não aceitarem o resultado das urnas.
A fé até pode mover montanhas, só que o povo não é bobo. Já demonstrou nas urnas e agora vai cobrar apuração de responsabilidade sobre o ocorrido nas estradas. Desde do inexplicável comportamento da PRF, como do ativismo irresponsável de alguns parlamentares e empresários. O mito, acuado, tenta nos enganar dando sinais que vai se afastar de um dos seus mais fiéis grupos de apoio: os caminhoneiros.
Aos poucos os podres desse delírio sobre rodas, começa a mostrar suas fissuras. O Diretor Geral da PRF, um servidor público, vai ter que se explicar. Os presidentes dos sindicatos, também. Afinal, reivindicação da categoria não pode fugir dos seus interesses: como o valor do frete, preço do diesel, vale alimentação, hora/descanso e assim por diante. A pauta não pode ser bloquear as estradas para que um presidente legitimamente eleito não assuma. Na democracia essas questões são tratadas junto ao TSE através de um partido político.
Depois de tanto protagonismo dos caminhoneiros reforçando os laços dos patrões com os interesses políticos do governo, nessa semana ultrapassaram todos os limites. Deixaram o preço do diesel de lado e optaram por um movimento antidemocrático. Perante a opinião pública se deram muito mal. Sem apoio foram retirados das estradas.
PS - Antecipo o tema do meu próximo comentário: "Olho aberto e sorriso no rosto". Precisamos estar felizes pela vitória que foi e atentos a extrema direita que insiste em ameaçar a democracia.
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