Depois de um longo período nas trevas, sem a menor condição de dialogar, tamanho era o atraso presente no governo passado, volto ao que sempre fui: um sonhador. Na segunda, dia 10, peguei a estrada para recuperar o tempo perdido. Motivado, vou em busca do que ficou para trás. Em 2015, quando já podia estar sossegado no meu canto, fui estudar na Universidade de Belgrano, em Buenos Aires. Além de ser o único brasileiro e o mais maduro do grupo, também estava afastado da rotina acadêmica. Resisti e não desisti.
Por afinidade criamos um grupo: Verônica e Pedro do Uruguai, Lorena da Argentina. A escolha do tema para apresentar no final do curso de pós grado, se deu depois de uma longa conversa. América sem Carbono, foi consenso. O motivo central do convencimento, foi justamente a nossa grande diferença de idade. O argumento utilizado de que o tempo das mudanças e suas consequências, impacta mais nos jovens foi decisivo na escolha. Muita coisa mudou de lá para cá, mas a leitura que fazia estava certa. (*)
Com Lula, a agenda está cheia e deve continuar assim. Por total falta de compromisso do governo anterior com as mudanças climáticas, muita coisa deixou de ser tratada. Não havia espaço e nem interlocutor para temas como pesquisas acadêmicas, inovação tecnológica, hidrogênio verde, baterias de última geração, mobilidade elétrica e tantos outros desafios que apareceram. Afinal para quem acredita que a Terra é plana, nada disso é relevante.
A boa relação que havia com a América Latina, em quatro anos foi desconstruída e precisa urgentemente ser retomada. O projeto América sem Carbono, como conversávamos em Belgrano, entre uma empanada e outra, tinha um propósito ambicioso: incluir o México e a América Central. Não há outro continente com o potencial natural de absorver uma matriz energética renovável como o nosso. Para tanto, duas questões são estratégicas: o conhecimento e muita determinação pela busca da independência energética. A primeira etapa a se vencer é a do custo, para isso só ganhando escala. Nada que a gente não consiga, foi assim com a energia eólica e com a solar. Agora é a vez do hidrogênio verde, um desafio a mais de tantos outros que virão. (**)
(*) Atualmente o setor de energia que mais emprega no mundo, está associado as fontes renováveis: eólica e solar. Os milhões de empregos criados nas últimas duas décadas, é de mão de obra especializada: cresce a cada ano e são jovens. Com o hidrogênio verde, o caminho será o mesmo.
(**) O Brasil já lidera a produção de energia eólica e solar na América Latina. No ranking mundial, também é destaque: está entre os dez primeiros.
PS - Para falar sobre isso, no próximo dia 13, às 18h30, vamos estar em Porto Alegre no Plaza HUB/coworking. O evento faz parte da semana comemorativa dos 50 anos do Hotel Plaza São Rafael.
Inscrições gratuitas através do link https://www.sympla.com.br/hub-talk---setor-eletrico-no-brasil-com-mauro-passos__1931971.
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