sábado, setembro 09, 2023

Nossa gratidão em quem votou no Lula



Depois do "dia dos insanos", 8 de janeiro, até o Dia da Independência, 7 de setembro, muita coisa aconteceu. Com certeza foram os meses mais tensos e ao mesmo tempo mais importantes, da história recente do país. Quando, segundo o TCU, o avião da FAB foi utilizado irregularmente para amoitar o então presidente na Flórida, já se sabia que as intenções eram as piores possíveis. Agora, com a delação anunciada do seu ajudante  de ordem, Mauro Cid, muita coisa vai ser esclarecida. O que se espera de alguém preso, por envolvimento direto com tudo que aconteceu durante o governo passado, é a verdade. Uma longa história que começou nas eleições de 2018. De uma republiqueta que se formou em Curitiba, do gabinete do ódio dentro do Palácio, das 700 mil mortes por covid, das ameaças durante as eleições de 2022, da negação do resultado das urnas até se chegar a um golpe contra a democracia. Sem esquecer, obviamente, o escândalo das joias.

À rigor, Mauro Cid não vai contar nada que não se saiba, só que - politicamente e judicialmente - é fatal. A farsa que alguns insistiam em não ver, ficará exposta ao tempo. A canalhice que envergonhava o país,  será extirpada pelo coronel mais próximo do então presidente. Esse inesperado desfecho, vai desarmar pessoas e espíritos que ainda perambulam por aí. Como a reforma política não chega, governadores ainda fazem campanha "armados" com metralhadora. Jamais isso poderia dar voto. A insustentável fragmentação partidária com 35 partidos e muito dinheiro envolvido, ainda permanece. O esforço pela valorização do voto e em defesa da democracia deve ser perene; a sociedade  precisa incorporar o seu papel nessa história.

Portanto, nossa gratidão em quem votou em Lula. Homens e mulheres, de todas as idades por todo o país, que foram as urnas, mesmo quando constrangidas por agentes do Estado. Que enfrentaram a mais sórdida das campanhas que implantavam mentiras nas redes sociais, através de robôs. Que fizeram de tudo para desmoralizar o Brasil e seu confiável sistema eleitoral. Que quando perceberam a vitória dos que defendiam a democracia, não titubearam em planejar e articular o pior dos mundos - o golpe de Estado. O que teria sido então de nós, como Nação, como sociedade. Que humilhação perante o mundo, a maior democracia da América Latina abrir mão da sua liberdade. 

PS - Por isso, que "desarmado", pergunto à todos: já pensaram no tamanho do buraco, se o resultado fosse outro.... 

Nenhum comentário: