domingo, setembro 03, 2023

O BRICS nasceu com o DNA brasileiro

                                                                       Fonte: incerta

O registro fotográfico dos líderes do BRICS na reunião da África do Sul, em 23/8, atribuído a Reuters, até pode ter sido uma montagem: mas é simbólico. Líderes de alguns dos principais países do mundo, literalmente, se soltaram. De repente abriram mão do formalismo e passaram a ensaiar "passinhos de dança". Numa inesperada e bem humorada coreografia lúdica, jamais vista nesse tipo de encontro. Se a foto for verdadeira, melhor ainda: quebraram o protocolo e externaram a felicidade. Afinal, tinham concluído de forma surpreendente o encontro mais significativo do banco até agora. Em harmonia, sem discussões intermináveis, aprovaram mudanças que irão mudar a economia mundial. (*)

O BRICS não é um bloco político, nem uma aliança comercial, como seus oponentes querem rotular. Desde a sua criação o grupo negocia tratados de comércio e cooperação com o objetivo de aumentar o crescimento econômico dos países membros. A bem sucedida abertura à novos países e a desvinculação do dólar como moeda reguladora do comércio externo entre os países do BRICS, deixou os EUA e a União Europeia sem chão. De um sonho que Lula e Dilma se empenharam em tornar realidade, o BRICS saí desse encontro fortalecido pelo imenso potencial que o banco passou a ter.

Diante do inusitado, logo vieram as reações. Nada que não fosse esperado, até porque por décadas o dólar sempre foi a moeda circulante nas relações comerciais do mundo. O impacto da decisão tomada pelo BRICS envolve um mercado que representa metade do que se negocia no planeta. Algo impensável, que vinha sendo repetido pelo presidente Lula nos inúmeros fóruns e encontros que participou. Muitos sabiam das suas movimentações e seu objetivo, mas poucos acreditavam que o acordo se daria em tão pouco tempo. Lula não chegou no seu terceiro mandato, por nada. Se alimenta, respira e se renova através da política. Sua  aguçada percepção e visão de mundo, fez dele uma das principais lideranças políticas da atualidade. 

Para especialistas no tema, as consequências da última reunião do BRICS sacodiram a geopolítica global. Quem conhece bem o assunto, por ter feito parte da primeira diretoria do banco, o economista Paulo Nogueira Batista Jr., que participou do encontro na África do Sul, nos seus meios de comunicação fez um balanço sobre o que vem por aí. As reações dos EUA e União Europeia devem crescer, mas no devido tempo vão se acomodar. Muitos interesses estão em jogo e o comércio exterior é atenção e estratégia. Não é para amador, é um jogo de xadrez. As peças se movimentam em busca de um melhor posicionamento. 

Pelos estudos e projeções divulgadas, as duas maiores economias até o fim do século, pela ordem, serão: a Índia e a China. Por coincidência, dois países que sempre estiveram ao lado do Brasil no apoio ao BRICS. Basta observar a paciência que tiveram para esperar a volta de um novo governo, pondo um fim ao isolamento doentio e indevido que havia. Em poucos meses o nosso protagonismo na América Latina e no mundo, virou notícia internacional. O país voltou a ser o que era: aberto, aglutinador, democrático e desenvolvimentista. 

(*) São muitas as imagens que nos chegam. Sempre se busca identificar a fonte e dar o crédito. Na foto acima, embora tenha sido citada a Reuters, o risco de ser uma bem humorada montagem - existe. Mesmo assim optamos por publicá-la. Numa época em que políticos inconsequentes posam armados atrás de votos, "uma dancinha" em vez de uma "arminha" ajuda a conscientizar as pessoas. Arma mata!

PS - Cabe lembrar que o nome "Bric", surgiu em 2001, criado pelo economista britânico Jin O' Neil, que acreditava no potencial de quatro países emergentes, Brasil, Rússia, Índia e China. Com suas letras iniciais formariam um banco de desenvolvimento e dominariam a economia nos próximos 50 anos. As primeiras tratativas em relação a criação do "Bric" começaram em 2006, na Assembleia Geral da ONU.  Em julho de 2014, na sexta reunião do grupo, durante o governo de Dilma Rousseff, em Fortaleza/CE, já com a inclusão da África do Sul, formalizou-se o BRICS. O banco atualmente é presidido por Dilma Rousseff. Assim como presidente Lula e outros economistas próximos, a posição do Brasil sempre foi pelo fortalecimento do banco. Com certeza o BRICS tem no seu sangue o DNA brasileiro. 



Nenhum comentário: