Não importa aonde ela esteja, nem os motivos que a deflagaram: a guerra é uma tragédia humana. No Brasil, recentemente, morreram mais de 700 mil brasileiros, sem que fosse dado um tiro. A guerra foi contra um programa de vacinação, que os próprios governantes se encarregaram de fazer. No trânsito, por exemplo, sem atirar, entre mortos e sequelados são milhares de pessoas por ano. A presença de milicias armadas, o tráfico, o crime organizado, a repressão policial, gente incentivada a andar a armada, no campo e na cidade, também mata. Na semana passada, em Santa Catarina, quase não aconteceu o pior por causa da operação das comportas de uma barragem.
Infelizmente, o breve resumo acima serve para nos alertar: a violência está entre nós. Portanto, é tarefa nossa encarar essa triste situação. A guerra não nos serve, se tem alguém ganhando com ela não somos nós. O desafio está em transformar essa realidade numa preocupação da cidadania, a sociedade não pode ser indiferente ao que está acontecendo, mesmo quando distante dela.
Para quem é da paz, escrever sobre a guerra é uma dificuldade. Encontrar as palavras certas que sensibilizem os outros, é difícil. Por acaso um vídeo do grande Eduardo Galeano, cobriu essa necessidade. Sabedoria nunca lhe faltou para explicar os horrores da guerra. Para ele, nenhuma guerra tem honestidade para confessar seus reais motivos. A seguir, algumas de suas citações:
- Na guerra sempre os motivos são "nobres", ou matam pela paz, em nome de Deus, em nome da civilização, em nome do progresso, em nome da democracia. Para dar suporte a essas mentiras, caso precisem, aí estão os grandes meios de comunicação dispostos a inventar novos inimigos imaginários.
- Nesse mundo dos senhores da guerra, se gasta por minuto três milhões de dólares na indústria militar que é uma fábrica de morte. As armas exigem guerra e guerras exigem mais e mais armas.
- Os cinco países que controlam na ONU o Conselho de Segurança, através do poder de veto, por coincidência, são os cinco países que mais fabricam armas. Até quando?
PS - Eduardo Galeano (1940/2015), jornalista e escritor, através dos seus livros e palestras, deixou um legado bem latino para o mundo. Sua proximidade com o Brasil era tamanha que o café que frequentava na Cidade Velha de Montevidéu se chamava Brasileiro, fundado em 1877.
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