segunda-feira, maio 27, 2024

No Sul a maior tragédia ambiental do país tem responsáveis

A maior tragédia ambiental, social e econômica que se tem notícia, parece não ter fim. Prestes a completar um mês, cada dia é um sofrimento e um desafio a mais do povo gaúcho. O rastro da destruição são cenas de muita dor e tristeza. Sem falar no que vem pela frente; o enorme desafio da reconstrução de uma desgraça que tomou proporções até então impensáveis. Embora se soubesse que o volume das chuvas é cada vez mais intenso e frequentes, pouco se fez para amenizar a tragédia. Uma verdadeira catástrofe que atingiu 80% dos municípios do Rio Grande do Sul.  

O que está acontecendo em Porto Alegre é um absurdo. A cidade vive um caos de gestão que nem o "porto está alegre" ao ver suas comportas emperradas, as vezes soldadas e dias depois derrubadas. No meio de uma cidade ameaçada, aflora água dos bueiros e amontoam-se sacos de areia onde haviam as comportas. Tudo isso sendo mostrado ao vivo, durante um mês, numa das 10 principais cidades do país. Uma crise de gestão inexplicável. A responsabilidade das autoridades precisa ser apurada com rigor.

Com o retorno das chuvas volta a insegurança que, obviamente, abala a esperança. Por ser da região, com preocupação e conhecimento sobre o que está ocorrendo, venho escrevendo artigos nas redes sociais sobre o que penso. Na última semana, segundo registro da própria rede Linkedln, se deu um surpreendente crescimento nas visualizações sobre meus três últimos comentários de 215%, todos relacionados a maior tragédia ambiental do país.

Um dado importante que confirma o interesse das pessoas e exige apuração de responsabilidade. De uma forma muito simplificada, cinco capítulos que se interligam ajudam a entender o que se passou no Rio Grande do Sul. O primeiro é político, o descaso e o despreparo das autoridades constituídas. O segundo é a força do negacionismo se alastrando na sociedade, principalmente alimentada por mentiras nas redes sociais. Foi assim com a covid e agora sobre as mudanças do clima. O terceiro capítulo está diretamente associado ao clima, chuvas cada vez mais intensas e frequentes. O quarto item é sobre a ocupação desordenada e inconsequente do solo. Por último, a falta de conhecimento e gestão sobre o que fazer com a água que chega.

Para não me estender vou tratar cada capítulo durante o mês de junho.

PS - As chuvas intensas agora estão em Santa Catarina, onde uma cidade importante como Rio do Sul foi alagada seis vezes no ano.    

 


 


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