sábado, agosto 29, 2009

Vizinhos não se escolhe

E a cúpula da Unasul se reuniu em Bariloche. O resultado, um bate-boca e o impasse entre os 12 países da região. Na pauta, o acordo EUA-Colômbia para a instalação de bases militares americanas naquele país. Contrariado, o presidente Lula viu suas propostas cairem no vazio e, sem esconder sua frustação, saiu reclamando da falta de objetividade do encontro. Mesmo nós, simples mortais, observadores distantes dos conflitos e dos interesses regionais, sabíamos que as chances de haver consenso sobre as bases americanas eram praticamente nulas. Como as decisões da Unasul são por consenso, estava na cara que não ia dar em nada. O presidente Lula confirma nossa análise quando declara, que:
"uma reunião desse tipo, aberta e televisionada, perde o sentido porque cada um passa a falar para o seu público interno".

Vizinhos não se escolhe, se convive. E quanto mais harmoniosa for a convivência, melhor. O governo brasileiro tem se mostrado sintonizado com isso. Entretanto, percebo que esse movimento da diplomacia brasileira de distencionamento, não é por todos compreendido. Vale a pena ler o professor Marcelo Coutinho, fundador e coordenador do Observatório Político Sul-Americano, que destaca a necessidade de agirmos com inteligência e de termos muita compreensão sobre o papel do Brasil na região. Seguem alguns dos seus comentários:

" O Brasil conseguiu agregar valor às suas exportações graças à América Latina"
" Em um contexto de maior imprevisibilidade, assegurar um ambiente de paz e cooperação no espaço onde vivemos e no âmbito de democracias com apelo social, pode ser ingrediente de sucesso".
" Não obstante as diferenças, estamos ocupando o lugar deixado pelos Estados Unidos na região, com uma diferença, sem ser violento e sem ser imperealista".
" Nenhum tipo de pragmatismo pode ser mais importante do que esses princípios, que em nada se confundem a períodos passados, quando alguns se imaginavam ser superiores aos vizinhos".

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